Greenfield denuncia 29 ex-gestores de fundos de pensão
MPF acusa ex-administradores da Petros, Funcef, Previ e Valia de terem causado prejuízos de R$ 5,5 bilhões ao investirem na Sete Brasil
atualizado
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A força tarefa da operação Greenfield no Ministério Público Federal denunciou 29 ex-gestores do fundos de pensão Petros, Funcef, Previ e Valia. Eles são acusados de gestão temerária na aprovação de investimento na empresa Sete Brasil, que construía sondas para a exploração do pré-sal.
O investimento, segundo os procuradores, causou aos fundos um prejuízo que já alcança R$ 5,5 bilhões. Na denúncia, o MPF pede “a reparação econômica e moral das vítimas em valor equivalente ao triplo do prejuízo causado aos fundos”, ou seja, mais de R$ 16 bilhões.
O MPF acusa os denunciados de terem cometido os crimes entre 2011 e 2012, mas com efeitos até 2016, quando foram feitos os últimos aportes. Para os investigadores, os ex-gestores ignoraram os riscos do investimento.
“Quando da contratação do segundo lote de 21 sondas, já havia dúvidas objetivas sobre a capacidade de construir, tempestivamente, as sete primeiras sondas, que deveriam ser construídas no Estaleiro Atlântico Sul com a ajuda do sócio estratégico Samsung”, escrevem os investigadores na denúncia.
“No começo de 2012, já havia atraso no cronograma da construção das primeiras sondas, o que foi ainda mais agravado quando o sócio que detinha a expertise, a Samsung, abandonou o projeto e vendeu sua participação no Estaleiro”, explicam ainda os procuradores.
Pré-sal
A empresa Sete Brasil foi criada após a descoberta do pré-sal, em 2006, e, segundo a acusação, foi a Petrobras que buscou os investimentos para a empresa nos fundos de pensão. A empresa acabou não conseguindo entregar as sondas contratadas, acarretando o prejuízo.
Os denunciados são Luis Carlos Fernandes Afonso; Carlos Fernando Costa; Newton Carneiro Cunha; Manuela Cristina Lemos Marçal; Wilson Santarosa; Paulo Teixeira Brandão; Regina Lúcia Rocha Valle; Ronaldo Tedesco Vilardo; Jorge José Nahas Neto; Diego Hernandes; Nilton Antônio de Almeida Maia; Paulo César Chamadouro Martin; Carlos Augusto Borges; Carlos Alberto Caser; Demósthenes Marques; Mauricio Marcellini Pereira; Antônio Bráulio de Carvalho; Esteves Pedro Colnago Júnior; Fabiana Cristina Meneguêle Matheus; José Miguel Correia; Olívio Gomes Vieira; Raphael Rezende Neto; Ricardo José da Costa Flores; Renê Sanda; Marco Geovanne Tobias da Silva; Ricardo Carvalho Giabroni; Maurício da Rocha Wanderley; Eustáquio Coelho Lott e Marcella Bacelar Sleiman.
Eles não haviam se manifestado até a publicação desta reportagem.
Veja a íntegra da denúncia.