Gleisi Hoffmann chama Dilma como testemunha de ação penal no STF
Senadora do PT é acusada de solicitar e receber R$ 1 milhão em um esquema de corrupção na Petrobras para a campanha de 2010
atualizado
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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ré em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), acusada de solicitar e receber R$ 1 milhão em um esquema de corrupção na Petrobras para a campanha ao Senado em 2010, incluiu como testemunha de defesa a presidente cassada Dilma Rousseff. A parlamentar convidou também a ex-presidente da Petrobras Graça Foster para depor em seu favor.
Gleisi, que foi ministra da Casa Civil entre 2011 e 2014, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, convocou também como testemunhas Beto Vasconcelos, que foi secretário-Executivo da Casa Civil, e Ivo da Motta Azevedo Corrêa, que foi subchefe de Assuntos Jurídicos da pasta enquanto ela era ministra.
Também são réus junto com Gleisi o ex-ministro dos governos Lula e Dilma Paulo Bernardo – marido dela – e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues. A ação penal foi aberta depois que a 2ª Turma do STF, em setembro de 2016, recebeu denúncia do procurador-geral da República contra os três.
No documento em que requer a intimação das testemunhas, a defesa de Gleisi Hoffmann também reitera “todas as razões de fato e de direito demonstradas em sua defesa preliminar”. O advogado Rodrigo Mudrovitsch destaca também que há “insubsistência formal e material da acusação, seja porque a denúncia é patentemente inepta e carece de justa causa para a sua deflagração, seja porque as imputações nela irrogadas revelam-se de todo improcedente”.
A acusação contra os três réus tem base nas delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Eles revelaram que, em 2010, R$ 1 milhão do esquema de propinas da Petrobras foi destinado à campanha eleitoral da petista ao Senado.
Conta na denúncia que Paulo Roberto disse ter sido procurado em 2010 pelo então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que lhe teria solicitado R$ 1 milhão para a campanha da esposa ao Senado. O doleiro Alberto Youssef e o empresário Ernesto Kugler teriam operacionalizado o repasse. As defesas negam as acusações.
Gleisi é uma dos cinco parlamentares em exercício que estão na condição de réus na Lava Jato. Ao lado dela estão o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e os deputados federais Nelson Meurer (PP-PR), Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Vander Loubet (PT-MS), que teve aceita na terça denúncia.