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Gilmar Mendes foi avisado de que Janot queria matá-lo, e não acreditou

O ministro do STF não levou a sério aviso, há mais de um ano, de que o então procurador-geral pensava em assassiná-lo, diz jornal

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julgamento da chapa Dilma/Temer no TSE
1 de 1 julgamento da chapa Dilma/Temer no TSE - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi avisado há mais de um ano que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot planejou assassiná-lo dentro da Corte. Contudo, o magistrado não acreditou na ameaça, segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Em entrevistas recentes, porém, o ex-procurador confessou a intenção de matar Gilmar Mendes. Ele afirmou que foi armado ao Supremo com o intuito de assassinar o ministro e cometer suicídio na sequência. No entanto, não conseguiu consumar o fato.

Após as declarações de Janot, Gilmar Mendes enviou um ofício ao colega de Corte, ministro Alexandre de Moraes, nessa sexta-feira (28/09/2019), solicitando medidas cautelares que garantissem sua segurança. No fim do dia, o STF autorizou que a Polícia Federal cumprisse um mandado de busca e apreensão no escritório do ex-PGR.

Por determinação da Corte, Janot perdeu o porte de arma e não poderá chegar perto do STF e dos ministros.

Entenda
O ex-procurador-geral disse que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do STF com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. “Não ia ser ameaça, não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot.

Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu “uma história mentirosa” sobre sua filha. “E isso me tirou do sério.”

Janot disse que foi ao Supremo armado, antes da sessão, e encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. “Ele estava sozinho”, disse. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”, repetiu o procurador ao justificar por que não concretizou a intenção. “Cheguei a entrar no Supremo [com essa intenção]”, relatou. “Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo.”

O ex-procurador-geral disse que estava se sentindo mal e pediu para ao vice-procurador-geral da República o substituir na sessão do Supremo. A cena descrita acima não está narrada em detalhes no livro Nada Menos Que Tudo (Editora Planeta), no qual relata sua atuação no comando da operação Lava Jato. Janot alega que narrou a cena, mas “sem dar nome aos bois”.

O ex-procurador-geral da República diz que sua relação com Gilmar já não era boa, mas, após esse episódio, os contatos foram cortados por completo. “Eu sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade… Eu tenho uma filha, se você for pai….”

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