Gilmar Mendes cobra lei de abuso de autoridade contra vazamentos
O ministro criticou a divulgação de investigações e defendeu a criação de lei que responsabilize os agentes públicos que vazarem informações
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou nesta segunda-feira (19/2) o que classificou como “abusos” de autoridades e da imprensa envolvendo a divulgação de “casos falsos” e de “erros judiciais” na mídia nacional. Em evento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo na capital paulista, ele cobrou a aprovação de uma lei criminalizando o abuso de autoridade para responsabilizar agentes públicos que fazem vazamentos seletivos à imprensa.
“É preciso selecionar um pouco mais a informação, é preciso que os veículos tenham, talvez, um ombudsman jurídico para analisar imbecilidades que lhe são passadas”, disse o ministro, se dirigindo a uma plateia formada por integrantes de veículos de imprensa. “Sugiro lei de abuso de autoridade e responsabilização civil do próprio agente”, afirmou o ministro, citando que há membros do Ministério Público e da Polícia Federal que vazam dados de investigações.
O ministro destacou, porém, que não era contra o jornalista divulgar informações vazadas e que o problema era quem realizava o vazamento indevido.
“Maus-tratos”
Gilmar Mendes disse que sofreu “maus-tratos” da imprensa em fatos envolvendo seu nome. Ele afirmou que é “alvo preferencial desse tipo de prática”, mas que, em geral, recebe o direito de resposta.
Atacado principalmente pelos habeas-corpus liberados a agentes públicos e empresários, o ministro afirmou que não tem preferência por ricos ou pobres. “Damos habeas corpus para ricos e pobres, mas os jornalistas só notificam normalmente os casos de ricos”, disse o ministro, que é crítico da execução da pena após condenação em segunda instância.