Gerente é condenado a 31 anos pelo assassinato de amante grávida em SP
Cristiano Gilberto Romualdo era chefe da vítima numa confecção da cidade e mantinha um relacionamento extraconjugal com ela
atualizado
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Acusado de assassinar a amante por não aceitar a gravidez dela, o gerente de fábrica Cristiano Gilberto Romualdo foi condenado a 31 anos de prisão, na noite dessa quinta-feira (06/06/2019).
O crime aconteceu em abril de 2017, em Saltinho, interior de São Paulo, onde o acusado e a mulher moravam. O julgamento pelo tribunal do júri foi realizado no plenário da Câmara de Rio das Pedras, cidade vizinha. Familiares da vítima, a designer Denise Stella, consideraram que houve justiça. Os advogados do gerente informaram que vão entrar com recurso.
Conforme o Ministério Público Estadual, Romualdo era chefe da vítima numa confecção da cidade e mantinha um relacionamento extraconjugal com ela. Ao descobrir que a amante estava grávida, ele exigiu que ela fizesse um aborto. A designer estava com 31 anos à época do crime e queria ter o bebê — ela estava grávida de uma menina —, por isso foi morta. O corpo, jogado em um canavial, só foi encontrado dois dias depois.
Os jurados acataram a tese da acusação, de homicídio quadruplamente qualificado — por motivo torpe, com emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e pelo feminicídio, praticado em menosprezo à condição de mulher da vítima.
Romualdo também foi acusado pelo aborto, com a morte do feto que Denise levava no ventre. Após a decisão do júri, o juiz Dalton Lacerda Vital Filho fixou a pena por homicídio qualificado em 25 anos e 6 meses de prisão. À condenação, foram somados 4 anos e 8 meses pelo aborto e 1 ano por ocultação do cadáver. Os advogados de defesa, Willey Sucasas e José de Medeiros, informaram que vão recorrer ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), entre outras razões, pelo teor excessivo e desproporcional da sentença e por nulidades na sessão de julgamento.
Ameaça
Conforme a investigação, Romualdo e Denise mantinham um relacionamento secreto. Ele era casado e gerente da fábrica de roupas onde ela trabalhava, em Saltinho. Segundo a acusação, ao tomar conhecimento da gravidez e ela ter informado que pretendia ter o filho, ele viu o fato como ameaça ao seu casamento e decidiu matá-la. Na noite do crime, ele pediu que a vítima dirigisse o carro até um local ermo, agrediu-a e a enforcou usando o cinto de segurança. Em seguida, jogou o corpo numa ribanceira, em local de difícil acesso. O carro dela foi abandonado em uma área rural. A investigação descobriu o caso entre os dois e o gerente confessou o crime.