Galloro: “Concluímos 99% das investigações sobre atentado a Bolsonaro”
Diretor-Geral da Polícia Federal afirmou que em breve os resultados finais sobre ataque a Jair Bolsonaro serão divulgadas
atualizado
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O Diretor-Geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, afirmou que as investigações em torno do atentado a faca contra o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) estão quase concluídas. Na manhã desta sexta-feira (21/12), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas de advogados de Adélio Bispo, autor do crime, em busca de informações sobre quem estaria financiando a sua defesa.
“O que eu posso dizer é que 99% das investigações sobre o atentado estão concluídas e que em breve a Polícia Federal apresentará o resultado”, afirmou. Questionado especificamente sobre as movimentações ocorridas nesta sexta, ele despistou. “Investigação requer sigilo e eu não posso falar sobre isso no momento”, disse.
As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa em que foi feito um balanço da atuação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, criado em fevereiro. A pasta, que uniu atribuições da Defesa e da Justiça, teve Raul Jungmann como primeiro titular. Até então, ele era o ministro da Defesa.
A Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Secretaria de Segurança Pública (incluindo a Força Nacional) ficaram subordinados ao novo ministério.
Operação
A Polícia Federal de Minas Gerais cumpriu dois mandados de busca e apreensão em dois imóveis relacionados ao advogado de defesa de Adelio Bispo, Zanone Manuel de Oliveira Júnior. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Subseção Judiciária da Justiça Federal de Juiz de Fora.
Segundo a PF, em um dos imóveis funciona um hotel e uma locadora de veículos, além de servir como escritório e residência do advogado. O outro é a sede de uma empresa. Os dois imóveis são localizados na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.
“Os cumprimentos se destinam a coletar provas que ajudem a identificar os responsáveis pelo financiamento da defesa do autor confesso do atentado”, informou, em nota, a PF.
Ataque
No dia 6 de setembro, quando cumpria agenda de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG), Bolsonaro foi atacado por Bispo. Desde então, ele passou por duas cirurgias e ainda tem uma terceira a ser realizada em algum momento de janeiro.
Preso logo após desferir o ataque, Bispo confessou o crime e foi denunciado pelo Ministério Público Federal por atentado pessoal por inconformismo político. O crime está previsto na Lei de Segurança Nacional.
Ainda em outubro, o juiz da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), Bruno Savino, transformou em réu Adélio Bispo. Se for condenado, ele pode pegar pena de 3 a 10 anos de reclusão, aumentada até o dobro, em razão da lesão corporal grave.
Relatório da Polícia Federal, produzido menos de um mês após o atentado, apontou que Bispo teria agido sozinho. Foram ouvidas mais de 30 pessoas, além de serem quebrados os sigilos financeiro, telefônico e telemático de Adelio. Na época, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe não teriam encontrado nenhum indício de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou grupo.
Em depoimento dado à Polícia Federal, Bispo afirmou ter agido sozinho, “seguindo ordens de Deus” para cometer o ataque. Ao ser questionado sobre uma possível motivação política para o crime, ele se classificou como uma pessoa “de esquerda moderada” e disse que o então candidato defenderia ideias de extrema direita. O réu afirmou ainda que Bolsonaro defende o extermínio de homossexuais, negros, pobres e índios, situação que discorda radicalmente.