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Fux abre inquérito contra Blairo Maggi por organização criminosa no MT

Denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aponta o ministro da Agricultura como chefe de grupo na cúpula do governo estadual

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José Cruz/Agência Brasil
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1 de 1 1069849-jfcr__abr_19.03.2017-41491 - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a retirada do sigilo da delação de Silval Barbosa (PMDB), ex-governador do Mato Grosso. O magistrado também autorizou a abertura de inquérito para apurar uma organização criminosa que se instalou na alta cúpula do governo do estado, de acordo com o relato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Embora a totalidade dos investigados no inquérito não tenha sido revelada, Janot aponta o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, como líder da suposta organização criminosa.

“Entre os agentes políticos, destaca-se a figura de Blairo Borges Maggi, o qual exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva”, afirma Janot no pedido de abertura de inquérito, autorizado por Luz Fux.

Fux tomou essa decisão nesta quinta-feira (24/8) e atende ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro avia homologado a delação, a qual classificou como “monstruosa”, em 9 de agosto.

Segundo Janot, Silval Barbosa “menciona fatos típicos praticados por autoridades detentoras de prerrogativa de foro”. Dentre elas, os deputados federais Ezequiel Fonseca (PP) e Carlos Bezerra (PSB), os senadores Cidinho Santos (PR) e Wellington Fagundes (PR), além de Maggi.

A PGR afirma que, segundo Silval, seu ex-chefe de gabinete Sílvio Cezar Correa Araújo, entre 2007 e 2010, praticou “inúmeros crimes contra a administração e lavagem de dinheiro”.

Silvio Cézar Correa Araújo é uma das outras quatro pessoas a firmarem acordo de delação premiada, além de Silval Barbosa. Os outros delatores são Roseli de Fátima Meira Barbosa, esposa do ex-governador do Mato Grosso, Rodrigo da Cunha Barbosa e Antônio da Cunha Barbosa.

Vídeo
Como forma de corroboração à sua delação premiada, Silval Barbosa (PMDB) entregou à PGR vídeos que mostram políticos do estado recebendo dinheiro vivo, veiculados no Jornal Nacional nesta quinta-feira, 24.

O ex-governador alega que as gravações foram feitas pelo então chefe de gabinete Silvio Cesar. De acordo com Silval, ele era o funcionário responsável por entregar os valores. O dinheiro, segundo o ex-governador, era de esquemas de propina no estado.

Entre os políticos flagrados nas imagens estão o prefeito de Cuiabá (MT), Emanuel Pinheiro (PMDB), que chegou a colocar tantas notas em seus bolsos que parte delas caiu no chão. O vídeo mostra Emanuel agachando-se para juntar as cédulas espalhadas.

O deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) aparece nas imagens às quais a Rede Globo teve acesso recebendo o dinheiro em uma caixa de papelão. O então deputado estadual Hermínio Barreto (PR) é flagrado com os maços em uma mala.

A atual prefeita de Juara (MT), Luciane Bezerra (PSB) também pode ser identificada no vídeo levando o dinheiro na bolsa. O ex-deputado estadual Alexandre César (PT) aparece levando notas em uma mochila.

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