Fundação de Direitos Humanos diz que prisão de Lula é arbitrária
Entidade internacional fez reunião de emergência nesse domingo (8/7) para deliberar sobre questão e considerou que não há provas suficientes
atualizado
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Após o imbróglio de decisões judiciais sobre a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Fundação Internacional dos Direitos Humanos concedeu nesse domingo (8/7) o estatuto de prisioneiro de consciência em prisão arbitrária a Lula.
A entidade afirmou ter feito uma reunião de urgência para discutir a situação do petista. Em nota, a fundação disse ter considerado, para a decisão, a “total ausência de genuínas e inequívocas provas, a violação do devido processo, a falta de garantias para a defesa do acusado e a parcialidade manifesta de uma parte dos juízes do processo contra o acusado”.
Relembre o caso
Na decisão, Thompson Flores argumentou que um magistrado em plantão não pode e não deve emitir opinião monocrática sobre sentenças já proferidas, a não ser com o surgimento de fatos novos.
“A notícia da pré-candidatura eleitoral do paciente [Lula] é fato público/notório do qual se sabia por ocasião do julgamento da lide pela 8ª Turma desta Corte”, registrou.
Durante todo o dia, o que se viu foi um vai e vem de decisões favoráveis e contrárias à soltura do ex-presidente. Primeiro, Favreto acatou pediu de habeas corpus impetrado pelos deputados federais Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, do PT, e determinou a soltura imediata de Lula.
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, contestou a decisão, embora não pudesse suspendê-la, por uma questão de hierarquia.
Em seguida, Gebran Neto, relator do caso, revogou a liminar que concedeu a liberdade ao petista. Porém, Favreto desafiou o colega do TRF-4. O magistrado plantonista reafirmou seu posicionamento acerca do tema e determinou o cumprimento da ordem em, no máximo, uma hora. Até o momento, entretanto, a Polícia Federal não soltou Lula.
O ex-presidente está preso desde o dia 7 de abril, após ter sido sentenciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em duas instâncias, no caso do triplex em Guarujá (SP). O petista foi o primeiro ex-presidente do Brasil condenado por crime comum.