Fake news: investigados com foro são ligados ao Gabinete do Ódio, diz Aras
Em manifestação ao STF, o procurador-geral da República defendeu a continuidade das investigações com participação da PGR
atualizado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os investigados no inquérito das fake news estão ligados ao Gabinete do Ódio, núcleo formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Os primeiros investigados com prerrogativa de foro vieram a aportar nos autos, a partir de indícios de participações em manifestações atentatórias ao STF, apenas nos recentes apensos de número 70 e 74, os quais investigam,
respectivamente, o chamado ‘Gabinete do Ódio’ e as manifestações do ministro Abraham Weintraub reveladas em trechos da reunião ministerial ocorrida em 22 de abril de 2020 e documentadas no âmbito do Inquérito 4.831″, informou o procurador.
Aras, no entanto, não cita quais seriam essas pessoas com foro privilegiado. Ao menos seis deputados já foram intimados a prestar depoimento à Polícia Federal, entre elas a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que esteve na sede da corporação em Brasília nessa quinta-feira (05/06).
O pedido de depoimento foi solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação na Suprema Corte. O inquérito foi autorizado pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli.
No memorial enviado à Corte, Aras reconhece os ataques e a divulgação das fake news contra ministros do STF e defende a continuidade das investigações, desde que haja maior participação da PGR.
“Exige-se a participação da Procuradoria-Geral da República, a quem incumbe não só a investigação criminal, mas também o controle externo da atividade policial, para legitimar-se a atuação da polícia judiciária, no particular, da Polícia Federal”, defendeu.
O documento foi enviado em resposta ao pedido da Rede Sustentabilidade para arquivar a ação que questiona a validade do inquérito sobre fake news. A ação foi proposta pelo próprio partido no ano passado.