metropoles.com

Fachin: Yomura usava cargo para viabilizar organização criminosa

Decisão do ministro do STF afastou o titular do Trabalho, investigado pela Operação Registro Espúrio

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Ministro Luiz Edson Fachin
1 de 1 Ministro Luiz Edson Fachin - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Na decisão em que autorizou a terceira fase da Operação Registro Espúrio, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin afirmou que o ministro do Trabalho, Helton Yomura, utilizava o cargo para tornar viável a atuação da organização criminosa autora de crimes relacionados à concessão de registro sindical na pasta. O Fachin determinou o afastamento de Yomura do Ministério.

“Cumpre enfatizar a efetiva participação do ministro de Estado do Trabalho e Emprego, Helton Yomura, bem como do Deputado Federal Nelson Marquezelli (PTB-SP) nos fatos sob investigação, os quais utilizam rotineiramente os respectivos cargos para viabilizar a atuação da organização criminosa investigada, bem como solicitar tratamento privilegiado a processos de registros sindicais”, afirmou Edson Fachin, em documento assinado em 29 de junho.

O ministro do Supremo afirmou, em relação a Helton Yomura, que “o exercício das atribuições inerentes ao cargo ocupado, em determinadas ocasiões, é guiado por pessoa estranha à pasta por ele titularizada”.

O ministro apontou que, em diálogos dele com o servidor Renato Araújo Júnior, percebe-se que Yomura tinha “ciência e efetiva participação nas manipulações realizadas em processos de registro sindical no âmbito da Secretaria de Relações de Trabalho”.

Fachin cita diálogos de Helton Yomura com Renato no WhatsApp entre 13 e 30 de maio de 2018, destacados pela Polícia Federal. Segundo os investigadores, em uma dessas conversas, sobre realocações de cargos dentro do ministério, Yomura fala que é importante ter “boas peças para mexer”. Para a PF, isso seria uma evidência de “manipulação na nomeação de servidores para áreas estratégicas no Trabalho, a fim de atender as demandas dos núcleos político e sindical (da organização criminosa)”.

A conclusão de Fachin, após listar vários diálogos obtidos pela PF, é que “o atual ministro de Estado de Trabalho e Emprego, Helton Yomura, age de forma dissociada dos deveres inerentes ao cargo estratégico que ocupa, em prol dos interesses do grupo organizado ora investigado”. Em outro trecho, o ministro do STF afirma que “tais circunstâncias atestam participações ativa no esquema delituoso levado a efeito no aludido órgão e demonstram a necessidade de adoção das medidas cautelares requeridas”, decidiu o ministro. Além do afastamento do cargo, ele está impedido de frequentar o órgão e de falar com os demais investigados.

Quanto ao deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), cujo gabinete foi vasculhado pela Polícia Federal na manhã desta quinta (5), Fachin esclareceu que ele tinha “ingerência” sobre o servidor Renato Araújo Júnior e essa influência “dava-se por meio do assessor Jonas Antunes Lima, responsável por gerenciar demandas do parlamentar em relação a registros sindicais”. A PF apontou que já haviam sido encontrados indícios de utilização de poder político na primeira fase da operação Registro Espúrio.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?