Fachin proíbe canal de denúncias contra “doutrinação” de professores
Deputada estadual por Santa Catarina, Ana Caroline Campagnolo (PSL), conseguiu permissão do Tribunal de Justiça do Estado
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin suspendeu hoje (8/2) a decisão da Justiça de Santa Catarina que liberou a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL) a manter nas redes sociais um canal de denúncias contra o comportamento de professores em sala de aula.
Fachin atendeu a um pedido de suspensão feito pelo Ministério Público com base na decisão da Corte, proferida em outubro, na qual os ministros entenderam que a manifestação do pensamento deve ser livre nas universidades.
Na decisão, o ministro disse que a deputada “incita os alunos a se comportarem como agentes do Estado”, quando não cabe nem ao próprio Estado controlar as manifestações dos professores. “Ao conclamar os alunos a exercerem verdadeiro controle sobre manifestações de opinião de professores, a deputada transmite a ideia de que isso é lícito. Estimula-os, em consequência, a se sentirem legitimados a controlarem e a denunciarem manifestações político-partidárias ou ideológicas contrárias às suas”, disse Fachin.
O caso começou no final do ano passado. Logo após o fim do segundo turno das eleições presidenciais, a deputada publicou em seu perfil do Facebook pedido para que estudantes filmem ou gravem “todas as manifestações político-partidárias ou ideológicas que humilhem ou ofendam sua liberdade de crença e consciência”.
Ana Caroline pediu ainda que os alunos “que sentirem seus direitos violados” usem gravadores ou câmeras para registrar o comportamento dos professores e denunciem a conduta por meio do envio dos vídeos e informações para determinado número informado em sua página pessoal.
Ao tomar conhecimento do fato, o Ministério Público recorreu à Justiça local para suspender a publicação. Em seguida, um juiz de primeira instância determinou a retirada imediata da manifestação das redes sociais. Inconformada com a decisão, a parlamentar recorreu da decisão e conseguiu a liberação da publicação.
A Agência Brasil não conseguiu contato com o gabinete da deputada e com sua assessoria para comentar a decisão.