Fachin manda Polícia Federal investigar supostas ameaças a Joesley
Fatos teriam ocorrido após o depoimento do empresário contra Eduardo Cunha e Henrique Alves, ex-presidentes da Câmara
atualizado
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Após solicitação da defesa do empresário Joesley Batista, dono da JBS, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nessa terça-feira (11/12), que a Polícia Federal apure supostas ameaças que o executivo afirma ter sofrido, após prestar depoimento como testemunha de acusação contra os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves e o operador Lúcio Funaro.
Em documento apresentado no STF, os advogados de Joesley contam que durante a audiência, realizada no dia 28 de novembro, por videoconferência, um advogado de Eduardo Cunha informou o endereço em que Joesley reside com sua família e pediu que ele confirmasse se ali morava. No dia seguinte, narram os advogados, o empresário passou a receber ligações no telefone fixo de sua casa em São Paulo e em Salvador.
Fachin havia pedido a opinião da Procuradoria-Geral da República sobre os pedidos de Joesley. A PGR solicitou que a PF fosse oficiada para esclarecer se já houve abertura de inquérito sobre esses fatos, e também para relatar sobre as medidas de proteção para Joesley. O ministro então determinou que, se ainda não houver inquérito instaurado, a PF abra a investigação.
Os telefonemas direcionados a Joesley foram atendidos pela empregada e o cozinheiro da família. Neles, o interlocutor, um homem, de acordo com a defesa, em tom ameaçador, se apresentava como delegado da Polícia Federal e amigo de Joesley e pedia que ele depositasse R$ 50 mil em uma conta da Caixa Econômica Federal. Por fim, o autor das ligações dizia: “Diga que o Eduardo está chegando em Brasília”.
“Na sequência das ligações, surgiram diversas viaturas da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que cercaram a casa e abordaram os seguranças e funcionários do requerente, pedindo informações sobre os moradores, pois teriam recebido denúncia anônima de que haveria naquela residência um roubo em andamento, com indivíduos armados que mantinham os moradores como reféns”, narraram os advogados.
Defesa
A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.