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Fachin dá mais 60 dias a investigação de emedebistas e ex-ministros

O inquérito apura suspeitas de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por autoridades

atualizado

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Rosinei Coutinho/SCO/STF
Edson Fachin
1 de 1 Edson Fachin - Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e prorrogou por 60 dias as investigações sobre um suposto esquema de pagamentos milionários do grupo J&F a parlamentares do MDB.

A decisão, da última sexta-feira (21/9), diz respeito a um inquérito sobre os senadores do MDB Dário Berger (SC), Eduardo Braga (AM), Eunício Oliveira (CE), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL) e Valdir Raupp (RO), além do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo e os ex-ministros Helder Barbalho (MDB-PA) e Guido Mantega (PT-SP).

O inquérito apura suspeitas de prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por essas autoridades. As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud, da J&F, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Ao pedir a prorrogação, Raquel Dodge mencionou uma série de providências ainda não realizadas, como os depoimentos de Saud e Machado, a análise de doações eleitorais feitas pelo grupo J&F ao diretório nacional do MDB e repassadas a diretórios estaduais, o exame da documentação apresentada pelos colaboradores e uma pesquisa sobre os quadros societários de empresas que teriam sido utilizadas pelo grupo J&F para intermediação dos repasses.

“Estando o pedido em apreço devidamente fundamentado nas linhas apuratórias remanescentes e indispensáveis à formação do convencimento do órgão ministerial, defiro a dilação postulada, concedendo à Polícia Federal o prazo de 60 dias para ultimação das diligências faltantes, sem prejuízo de outras que se desdobrem da regular evolução das apurações”, determinou Fachin.

Viabilidade
Na avaliação da procuradora-geral da República, o “conjunto de elementos probatórios até agora arrecadados revelam a absoluta viabilidade da investigação em curso”. “A interrupção prematura desta apuração impedirá, de plano, o exaurimento de hipótese investigativa em exame”, observou Raquel Dodge, quando pediu mais tempo para conclusão do caso.

Raquel Dodge destacou que Sérgio Machado, em sua delação premiada, narrou “ter chegado ao seu conhecimento que o Grupo JBS faria doações à bancada do Senado do PMDB no montante aproximado de R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de reais), a pedido do PT, para as eleições do ano de 2014”.

A procuradora ressaltou ainda que, segundo Saud, houve pagamento de R$ 46 milhões a senadores do MDB a pedido do PT.

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