Fachin autoriza transferência de Rocha Loures da Papuda para a PF
Preso desde o último dia 7, o ex-assessor especial do presidente Michel Temer e ex-deputado federal (PMDB-PR) alegou risco de morte
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte, autorizou nesta terça-feira (13/6) a transferência do ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB) e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) do Complexo Penitenciário da Papuda para a carceragem da Polícia Federal, em Brasília. As informações são do G1.
Preso na Papuda desde o último dia 7, Rocha Loures solicitou o retorno à carceragem da PF, onde ficou inicialmente detido. Ele alegou risco de morte para justificar o pedido enviado ao STF. No documento, a defesa do ex-parlamentar apontou “ameaças diretas e indiretas” ao cliente, por causa de especulações na mídia de que ele poderia fechar acordo de delação premiada.
O texto relatou, ainda, que, um dia após a prisão de Loures, o pai dele recebeu telefonema de um conhecido da família avisando que o ex-deputado corria risco de morte, caso não concordasse em colaborar com a força-tarefa da Lava Jato.
Prisão
Loures foi filmado pela PF ao sair de uma pizzaria em São Paulo enquanto carregava uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS — 10 mil notas de R$ 50. Sua prisão foi pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e acatada por Fachin.
Segundo Joesley Batista, dono do grupo JBS, o ex-assessor de Temer foi indicado pelo próprio presidente como interlocutor nos temas de interesse dos executivos do grupo. Após Temer indicá-lo como pessoa de confiança, Loures foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil de um executivo do grupo.
A captura de Loures foi negada anteriormente por Fachin. O magistrado havia alegado a imunidade parlamentar do peemedebista para não autorizar a prisão. O ex-assessor de Temer tinha assumido o mandato de deputado federal no lugar de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que passara a titular do Ministério da Justiça. Após ser demitido da Justiça, Serraglio decidiu recusar a oferta de Temer para virar ministro da Transparência e reassumiu o seu mandato na Câmara.
Com isso, Rocha Loures perdeu o mandato e, consequentemente, a prerrogativa do foro privilegiado. Janot, então, pediu a reconsideração sobre a prisão do aliado de Temer na semana passada, o que foi acatado. O procurador pediu novamente a prisão tanto de Rocha Loures quanto do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).