Explorado por igreja evangélica, jovem é indenizado em R$ 100 mil
Ele teve que abandonar a escola e foi morar na igreja devido ao horário de trabalho, deixando as visitas à família nas mãos do pastor
atualizado
Compartilhar notícia
Após ser denunciada por um jovem que foi explorado dos 14 aos 17 anos (entre 2012 e 2015), uma igreja da Paraíba foi condenada a pagar R$ 100 mil de indenização por exploração de trabalho infantil.
Ao tomar coragem e fazer a denúncia, a vítima se pronunciou em entrevista à TV Cabo Branco, na qual revelou que organizava o salão da Igreja Mundial do Poder de Deus, arrumando, também, o banheiro do local.
“Todo tipo de trabalho que existe para uma pessoa normal fora da igreja, eles mandavam dentro da igreja também”, disse o jovem, em relato publicado no Jornal da Paraíba.“É obrigado a arrecadar um certo valor. Se isso não acontecer, somos reduzidos para voltar à sede e ali começam as punições, como arrumar as cadeiras, de manhã até a noite, faxina, lavar o banheiro”, continuou ele, afirmando que já havia trabalhado no interior do estado e que era obrigado a cumprir metas de acordo com cada pastor.
Ele teve que abandonar a escola e foi morar no templo devido ao horário de trabalho, deixando as visitas à família nas mãos do pastor, que decidia se ele podia ou não ir vê-los. Também em conversa com a TV Cabo Branco, o advogado da vítima, Adilson Coutinho, confirmou a condenação e disse que o caso era de exploração infantil porque “se tratava de uma criança e havia muito assédio para arrecadação de valores que pudessem vir a somar para os cofres da igreja”.
Ao ser questionada, a Igreja Mundial do Poder de Deus não se manifestou sobre a condenação até esta sexta-feira (18/8).