Ex-militar é condenado por injetar sedativo potente sem autorização
Ele ainda teria pesquisado, antes do crime, termos como “remédio forte para dormir”, “midazolam preço”, entre outros
atualizado
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O Superior Tribunal Militar (STM) condenou um ex-militar do Exército a uma pena de 2 anos e 8 meses de prisão por aplicar, sem autorização, uma injeção em um soldado com o remédio midazolam — um sedativo potente que pode causar reações cardíacas e respiratórias graves, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo os depoimentos, Rafael Andrade Medeiros exercia a função de enfermeiro auxiliar em 2013, quando cometeu o crime. Uma dentista havia receitado à vítima, que estava sentindo dores de dente, o uso dos comprimidos diclofenaco de potássio e dipirona — que não foram utilizados pelo acusado.
O paciente ficou com sonolência, confusão mental e entorpecimento. Embora negasse inicialmente os fatos, o acusado confessou o delito e alegou que ministrou os medicamentos apenas para atenuar a dor do paciente.
Após uma perícia da Polícia Federal no tablet pessoal do enfermeiro auxiliar, foi verificado que ele teria realizado buscas por termos como “remédio forte para dormir”, “midazolam preço”, entre outros do tipo.
“Justificar que o réu ministrou medicamento intravenoso — que necessita de extremo cuidado na prescrição até pelos profissionais de saúde — por estar com pena ou dó do paciente que estava sentido dores não é minimamente razoável”, explicou o ministro do STM, Odilson Sampaio Benzi, que considerou o caso de “extrema gravidade”.
A denúncia foi feita pelo Ministério Público Militar (MPM).