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Ex-diretor da Dersa tem R$ 113 mi no exterior, diz juíza

A Justiça autorizou o bloqueio do montante e o estabelecimento de uma cooperação internacional entre o MPF e a Suíça para recuperar valores

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José Cruz/Agência Brasil
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1 de 1 1752503187-paulo-vieira-de-souza-ex-diretor-da-dersa-agbr-1024×576 - Foto: José Cruz/Agência Brasil

Autoridades suíças encontraram R$ 113 milhões em quatro contas no país europeu em nome do ex-diretor da empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) Paulo Vieira de Souza. Ele foi diretor da estatal paulista entre 2007 e 2010, durante governo do PSDB.

As informações sobre as contas em nome de Souza estão na decisão em que a juíza federal Maria Isabel do Prado autorizou o bloqueio do montante e o estabelecimento de uma cooperação internacional entre o Ministério Público Federal e a Suíça para recuperar os valores.

A decisão é de 17 de outubro do ano passado, mas tornou pública ontem. “Constam nas informações que em 7 de junho de 2016 as quatro contas bancárias atingiam o saldo conjunto de cerca de 35 milhões de francos suíços, equivalente a 113 milhões de reais, convertidos na cotação atual”, diz o despacho da magistrada.

As contas, abertas no banco Bordier e Cie, estão vinculadas a uma off-shore panamenha chamada Groupe Nantes. De acordo com a decisão, o dinheiro teria sido mantido no banco suíço até fevereiro de 2017, quando foi transferido para o Deltec Bank and Trust Limited, sediado em Nassau, nas Bahamas.

No documento, a juíza cita informações do MPF sobre a redução do patrimônio declarado de Souza, de R$ 4 milhões, em 2014, para R$ 2,8 milhões em 2017. Essa redução indicaria “desfazimentos de bens a fim de evitar eventual ressarcimento ao erário”. Outro trecho do despacho afirma que, entre 2009 e 2010, na época diretor da Dersa, Souza efetuou transações acima de R$ 2,5 milhões, incompatíveis com seu patrimônio.

A decisão da juíza foi anexada pelos advogados do ex-diretor da Dersa ao inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal que investiga o senador José Serra (PSDB-SP). A investigação foi autorizada pelo ministro da Corte Edson Fachin, com base na delação da Odebrecht – ex-executivos da empreiteira relataram irregularidades em obras do Rodoanel, em São Paulo.

Souza tenta, por meio de sua defesa, enviar as investigações contra ele que tramitam em São Paulo para o Supremo. O ministro Gilmar Mendes é relator do inquérito sobre Serra. A defesa do ex-diretor da Dersa alega o fato de os casos investigados em São Paulo estarem sob apuração no STF. Ontem, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se posicionou contra o pedido dos advogados de Souza.

 

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