Esquema de Cabral lavou US$ 44 milhões no mercado de pedras preciosas
Polícia Federal apreendeu 580 quilos de pedras, que seriam esmeraldas, na Bahia. Juiz Bretas determinou prisão de envolvidos nesta terça
atualizado
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O juiz MarceloBretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou nesta terça-feira (4/9) a prisão de cinco pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro com pedras preciosas, principalmente esmeraldas. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com o jornal carioca, em sua decisão, o magistrado registrou que o esquema teria usado os mesmos doleiros que esconderam mais de US$ 100 milhões do ex-governador Sérgio Cabral em contas no exterior. A investigação sobre o esquema com pedras preciosas deriva da Operação Lava Jato do Rio, que levou Cabral à prisão em novembro de 2016. Conforme a reportagem, além das prisões, a Polícia Federal (PF) apreendeu 580 quilos de pedras e duas esculturas, que seriam de esmeraldas, na casa de garimpeiros em Campo Formoso, norte da Bahia.
Ainda conforme o veículo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os donos da empresa Comércio de Pedras Os Ledo, sediada no Rio de Janeiro, de exportar ilegalmente esmeraldas para empresários indianos e de Hong Kong. O pagamento era feito em contas no exterior e, segundo os investigadores, movimentou US$ 44 milhões de 2011 a 2017.
A reportagem lembra que os doleiros Claudio Barboza, o Tony, e Vinicius Claret, o Juca, ambos presos na Lava Jato, delataram o esquema em troca de redução da pena. Os dois também atuaram para Sérgio Cabral e afirmam que a operação de lavagem das esmeraldas era comandada por Dario Messer, doleiro foragido da Justiça.
Assim, o juiz Marcelo Bretas determinou a prisão dos empresários da Os Lego Marcello de Araújo e Daisy Tsezanas; da tesoureira da empresa, Neli Azevedo, bem como de Jilva Diniz e José Pequeno, supostos agenciadores de garimpos na Bahia. Ainda de acordo com O Globo, nesta tarde, o magistrado concedeu prisão domiciliar a Daisy, que foi recentemente submetida a uma cirurgia e tem um filho com esquizofrenia.
Por fim, o jornal informa que, para a PGR, a empresa Os Ledo pagava os garimpeiros por meio do esquema dólar cabo, pelo qual repassava somas da moeda norte-americana a operadores no exterior e recebia o equivalente em reais no Brasil.
O Globo não conseguiu contato com os investigados. Já o defensor de Sérgio Cabral, Rodrigo Roca, disse que “o aprofundamento das investigações mostram as inverdades contadas pelos doleiros, que se arvoraram de delatores, e o erro de premiá-los por suas invencionices”.