Escolta para juízes federais sob ameaça é ineficiente, avalia Ajufe
Presidente eleito da associação defende ampliação de medidas de segurança para magistrados em situação de risco
atualizado
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Presidente eleito da Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mendes classificou nesta segunda-feira (16/4) as medidas oferecidas pelo Judiciário para garantir a proteção de magistrados alvos de ameaças de morte como insuficientes. Um dos convidados do Encontro Nacional de Editores, Colunistas e Blogueiros (Enecob), em Foz do Iguaçu (PR), Mendes defendeu a ampliação de medidas de segurança a juízes em risco.
“Temos que trabalhar essa segurança de forma mais efetiva. Esses juízes acabam sendo expostos e não possuem a proteção adequada”, afirmou Mendes em conversa com jornalistas. O magistrado afirmou que, segundo relatos recebidos pela instituição, existem hoje dezenas de juízes federais ameaçados no Brasil.Segundo o último levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, em 2016, 131 magistrados estavam em situação de risco no Brasil. O relatório apontava, contudo, que apenas 30% dos tribunais possuíam serviço de escolta e, 14%, de veículos blindados.
De acordo com Mendes, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ampliou as ameças recebidas a juízes federais responsáveis por casos de crimes de “colarinho branco”. Magistrados que julgam casos em varas federais, como Sérgio Moro, no Paraná, e Marcelo Bretas, no Rio de Janeiro, já são acompanhados por escolta policial.
Entre outras medidas, a Ajufe defende a ampliação das escoltas oferecidas a magistrados e a manutenção do benefício após aposentadoria. “Se o juiz tá sofrendo ameaça, ele tem direito da escolta da casa para o trabalho. Mas e as outras 24 horas?” questiona.
*A repórter viajou a Foz do Iguaçu a convite do evento