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Encontros de auditor da Receita e delator da Lava Jato foram filmados

Marcial Pereira de Souza, alvo da Operação Armadeira, encontrou Ricardo Siqueira Rodrigues, réu da Operação Rizoma, para cobrar propinas

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1 de 1 RECEITA-LAVA-JATO - Foto: Reprodução

Imagens do circuito interno de segurança de restaurantes no Rio de Janeiro captaram os encontros do auditor-fiscal da Receita, Marcial Pereira de Souza, com Ricardo Siqueira Rodrigues, réu da Operação Rizoma, desdobramento da Lava Jato. Segundo acusação do Ministério Público, foi nestas ocasiões que o servidor cobrou propina do delator para suspender investigações no Fisco.

Marcial Pereira foi preso nesta quarta-feira (02/10/2019) na Operação Armadeira, que mirou atuação de organização criminosa no seio da Receita Federal que extorquia investigados da Lava Jato.

As imagens mostram Marcial Pereira e Ricardo Rodrigues entrando juntos em um restaurante no Rio nos dias 5, 9 e 17 de novembro — à época, o auditor havia acertado que o recebimento de 50 mil euros mensais para barrar fiscalização da Receita relativa a movimentações financeiras do delator realizadas entre 2009 e 2016.

O encontro do dia 9 de novembro, aliás, estava agendado para o dia anterior, mas foi remarcado após a deflagração da Operação Furna da Onça, que levou a Polícia Federal às portas da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em ação contra corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos. Por “temores em encontrar alguma autoridade” no aeroporto Santos Dumont, o almoço ficou para o dia seguinte.

O Ministério Público acusa Marcial de integrar organização criminosa que escolhia alvos da Lava Jato, como investigados e delatores, para a prática de extorsão. Os servidores cobravam propinas em troca de suspensão e cancelamento de multas tributárias que seriam aplicadas pela Receita.

As ações de Marcial, que cobrou propina de Ricardo Rodrigues mesmo sem ter autoridade sobre seu processo na Receita, levaram os investigadores a se aprofundarem em possível esquema entre diversos servidores do Fisco. O principal alvo da ação foi o auditor-fiscal Marco Aurélio Canal, supervisor de programação da Receita Federal que tinha acesso a informações sensíveis da Operação Lava Jato.

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