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Encontro nacional de juízes negros discute identidade e racismo

Evento tem como tema “A identidade negra na magistratura brasileira” e debaterá, até sexta (12), assuntos como racismo na sociedade

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Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles
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Brasília recebeu nesta quarta-feira (10/5) o 1º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros. Nas palavras do desembargador Sandoval Gomes de Oliveira, único magistrado negro no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), o “evento ficará para a história”. Em um discurso bastante aplaudido, Sandoval destacou a trajetória de luta para ocupar o alto posto no Judiciário da capital e a importância de se discutir “a identidade negra na magistratura brasileira” — tema do evento.

“Sou filho de lavadeira e mestre de obra. Trabalhei como engraxate, vendedor de picolé, cobrador de ônibus e hoje sou desembargador.”

Sandoval Oliveira, desembargador

O magistrado afirmou que o Brasil tem uma dívida histórica com a raça negra, “proveniente de séculos de exploração e opressão” e, apesar das conquistas, como a lei de cotas, ainda é preciso avançar no sentido da rejeição de qualquer discriminação racial. “A adesão plena ao respeito universal deve ser idealizada como uma forma de banir a condenável ideia de superioridade entre os seres humanos”, destacou.

Primeiro encontro
Inédito no Judiciário brasileiro, o encontro debaterá, até sexta-feira (12/5), assuntos como a igualdade racial na magistratura e o racismo na sociedade.

Na abertura, realizada no TJDFT, estiveram presentes a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois; o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux; o desembargador Humberto Adjuto Ulhôa, do TJDFT; e o ator Milton Gonçalves, entre outros.

Coordenadores do evento, os juízes Fábio Esteves e Edinaldo César Junior, presidentes da Associação dos Magistrados do DF (Amagis-DF) e Associação dos Magistrados de Sergipe (Amase), respectivamente, comemoraram a oportunidade de debater temas importantes. “Este encontro promete construir e chamar atenção”, disse Fábio.

“Nós negros vivemos sós. Fui o único negro da sala de aula, sou o único no restaurante que frequento, o único no meu tribunal. Estamos cansados de sermos sozinho, cansados de sermos o primeiro disso ou daquilo. Queremos identidade”, registrou Edinaldo.

Representatividade
Segundo o ministro do STF Luiz Fux, que também discursou durante a abertura do encontro, uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça evidenciou a disparidade no sistema: 84,5% dos magistrados brasileiros são brancos, enquanto apenas 15,6% são negros. “Num país que se declara que não é racista, isso é uma verdadeira mentira.” O ministro defendeu a importância da realização do evento.

“A luta pela causa afrodescendente não depende da cor da pele.”

Luiz Fux, ministro do STF
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Hino Nacional dá início à solenidade de abertura
Mais de 200 pessoas se inscreveram para acompanhar os três dias de evento
Autoridades do Executivo e do Judiciário compõem a mesa de abertura do encontro
Desembargador Sandoval Gomes de Oliveira abre os discursos. "Evento se alinha com o que preconiza a ONU."
Ministro Luiz Fux, do STF: "causa independe da cor da pele"
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Juiz Fábio Esteves, presidente da Amagis-DF, e Edinaldo César Junior, presidente da Amase, na abertura do 1º Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros

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Hino Nacional dá início à solenidade de abertura

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Mais de 200 pessoas se inscreveram para acompanhar os três dias de evento

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Autoridades do Executivo e do Judiciário compõem a mesa de abertura do encontro

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Desembargador Sandoval Gomes de Oliveira abre os discursos. "Evento se alinha com o que preconiza a ONU."

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Frei David Santos, da ONG Educafro, recebe encômios de Fux da plateia

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Ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois também prestigiou o primeiro dia do evento

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Fábio Esteves: “Vou defender essa magistratura que tanto acredito, porque a quero por inteira, com todas as outras cores”

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O ator Milton Gonçalves está processando Paulo Betti

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