metropoles.com

Encontro marcado: Lula enfrenta a Justiça do DF no dia 20 de fevereiro

O embate será na 10ª Vara Federal em Brasília, a mesma que confiscou o passaporte do ex-presidente. Ele encara ainda outras 8 ações

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Ex-presidente Lula faz um discurso – Brasília(DF), 12/01/2017
1 de 1 Ex-presidente Lula faz um discurso – Brasília(DF), 12/01/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A derrota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), na quarta-feira (24/1), pode ter sido só a primeira de uma série. O líder petista responde a mais nove processos judiciais – é réu em sete deles. E o próximo embate já tem data para acontecer: 20 de fevereiro, na 10ª Vara Federal em Brasília.

Em dois dias seguidos, Lula sofreu importantes reveses na Justiça. Na quarta, teve confirmada a condenação determinada em primeira instância, ainda em julho de 2017, pelo juiz federal Sérgio Moro. Os desembargadores do TRF-4 concordaram com o magistrado ao considerar o político culpado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propina da OAS – principalmente o triplex no Guarujá (SP) – para beneficiar a empreiteira em contratos com a Petrobras. Mas os colegas gaúchos divergiram do juiz curitibano em um aspecto: a dosimetria da pena. Assim, os 9 anos e 6 meses de prisão fixados inicialmente se transformaram em 12 anos e 1 mês de reclusão.

Na quinta-feira (25), o juiz substituto da 10ª Vara Federal, Ricardo Leite, mandou recolher o passaporte do petista, quem embarcaria nessa sexta (26) para o continente africano. Em seu despacho, o magistrado citou a condenação pelo TRF-4 e afirmou risco de fuga ao determinar o confisco do documento, atendendo pedido do Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da ação penal que investiga Lula por tráfico de influência e lavagem de dinheiro na compra dos caças da Saab, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

E o próximo compromisso do petista com a Justiça é exatamente uma oitiva relacionada a essa ação. Em 20 de fevereiro, o ex-presidente e seu filho Luís Claudio Lula da Silva devem prestar depoimento na 10ª Vara, na capital da República, em processo que apura denúncias oferecidas no âmbito da Operação Zelotes. O MPF acusa Lula dos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo as investigações, Lula e o filho teriam usado de influência durante as tratativas para a aquisição de 36 aviões de caça. Os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni também são réus na ação. Após conseguir o adiamento da audiência, a defesa do petista tentou postergar a sessão, mas o pedido foi negado pela Justiça Federal.

Os advogados de Lula entraram, então, com um habeas corpus, pedindo a suspensão dos depoimentos. A solicitação foi distribuída à 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e está na pauta de julgamento da próxima segunda-feira (29). Após as recentes derrotas, o juiz substituto da 10ª Vara ter proibido Lula de sair do país e o obrigado a entregar seu passaporte – determinação cumprida pela defesa, nessa sexta (26) – é um fato visto como um mau presságio de que a vida do ex-presidente não será fácil, do ponto de vista judicial, daqui em diante.

Confira as demais ações às quais Lula responde: 

– Sítio de AtibaiaCARLOS NARDI/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério Público Federal acusa Lula de ter recebido propina da Odebrecht e, novamente, da OAS, que teriam feito melhorias no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, a propriedade é de Lula, mas ele nega. Além do petista, foram para o banco dos réus, nesse caso, os donos das duas construtoras – Léo Pinheiro (OAS) e Marcelo e Emílio Odebrecht –, o amigo de Lula e pecuarista José Carlos Bumlai e Fernando Bittar, o suposto dono do sítio, segundo a defesa do ex-presidente.

 

– Silêncio de Cerveró
Wilson Dias/ Agência Brasil
A tentativa de impedir que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró entregasse à Polícia Federal e ao MPF detalhes do esquema de corrupção na estatal custou a Lula a acusação de obstrução da Justiça, em uma ação na qual ele é réu com mais seis pessoas, inclusive o ex-senador Delcídio do Amaral. Como prova, há uma gravação divulgada pela família Cerveró, na qual o ex-parlamentar oferece R$ 50 mil mensais e plano de fuga em troca do silêncio do antigo gestor da Petrobras. Segundo o ex-senador, todas as tratativas foram feitas com o conhecimento de Lula.

– Memorial
No escaninho de Sérgio Moro, há outra acusação envolvendo a Odebrecht e Lula. A construtora teria negociado propina ao ex-presidente, propondo comprar por R$ 12,4 milhões um terreno em São Paulo, onde seria erguido o Memorial da Democracia, a ser administrado pelo Instituto Lula. A transação não vingou, mas, de acordo com denúncia do MPF aceita pelo juiz federal, teria sido costurada pelo ex-ministro petista Antonio Palocci – quem declarou à Justiça que a negociata era apenas a ponta do iceberg. Em troca de R$ 300 milhões para o partido, a gestão do PT beneficiaria a Odebrecht em negócios com o governo federal.

– Apartamento em São Bernardo
Novamente com a participação da Odebrecht, Lula é réu em processo sobre a compra de um apartamento vizinho ao seu em São Bernardo do Campo (SP). O imóvel – supostamente comprado por Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula – teria sido alugado gratuitamente ao ex-presidente, através de acordo celebrado em nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Segundo o Ministério Público Federal, o petista é o verdadeiro dono do apartamento, o qual usa desde 2003.

 

– Indústria automobilística
MARCOS DE PAULA/ESTADÃO
Além da compra dos caças, no âmbito da Operação Zelotes, Lula é acusado de editar medidas provisórias a favor do setor automotivo em troca de propina – R$ 30 milhões. As negociações teriam sido intermediadas por políticos, principalmente pelo ex-chefe de gabinete do governo Lula, Gilberto Carvalho. O Ministério Público Federal acusa o ex-presidente dos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa.

BNDES
Desdobramento da Lava Jato, a Operação Janus tem Lula e outras 10 pessoas como réus, acusados de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa. O processo apura esquema fraudulento envolvendo financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras da Odebrecht em Angola, na África. Lula teria exercido influência para garantir a liberação de verba do banco em troca de R$ 30 milhões pagos a parentes.

– Quase ministro
Lula ainda é alvo de outras três ações. Para o MPF, houve tentativa de blindar o ex-presidente de todas as acusações durante a gestão Dilma Rousseff, que quis garantir ao antecessor foro privilegiado ao nomeá-lo ministro da Casa Civil.

O petista também é acusado do crime de ocultação de pagamento de propinas, em forma de palestras que ministrava no país e no exterior, por intermédio do Instituto Lula.

Ainda, é investigado no “Quadrilhão do PT”, sobre a acusação de formar uma organização criminosa com: Dilma Rousseff; a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann; o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto; e os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Edinho Silva e Paulo Bernardo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?