metropoles.com

Empresário admite contrato falso entre empreiteira e Eletronuclear

O executivo Josué Augusto Nobre contou que aceitou ser o intermediário porque queria se aproximar da empreiteira e de Othon

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Beto Barata/AE
Othon Luiz Pinheiro da Silva eletronuclear
1 de 1 Othon Luiz Pinheiro da Silva eletronuclear - Foto: Beto Barata/AE

O empresário Josué Augusto Nobre, dono da JNobre Engenharia e Consultoria Ltda., admitiu nesta quarta-feira (27/4) saber que os contratos firmados com a Andrade Gutierrez e com a Aractec Engenharia, empresa do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear investigado por recebimento de propina nas obras da usina nuclear de Angra 3, eram fictícios. O executivo contou que aceitou ser o intermediário porque queria se aproximar da empreiteira e de Othon.

“Temos de um lado uma das maiores empresas do país. Do outro lado, Dr. Othon com um projeto muito interessante e que, no futuro, poderia trazer algum resultado positivo para mim. E ainda tem Carlos Gallo (sócio da CG Consultoria, que também atuou como intermediária entre a Andrade e Othon) dizendo que fazia esse trabalho há 3 anos. Ele me ofereceu ter um vínculo com a Andrade e com a Aratec”, afirmou Nobre em audiência aberta na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que investiga o caso.

A JNobre recebeu R$ 1,4 milhão da Andrade Gutierrez entre 2012 e 2013, segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Cerca de R$ 800 mil foram repassados à Aratec. A diferença correspondia a impostos e despesas operacionais, descontados do valor principal. “Eu sabia que empresa não prestaria nenhum serviço à Andrade Gutierrez, nem contrataria serviço da Aratec. Era só para fazer o dinheiro andar. Mas não sabia que era dinheiro sujo”, disse o executivo.

Nobre entrou no esquema por intermédio de Carlos Gallo, dono da CG Consultoria, outra empresa usada por Othon para receber dinheiro da Andrade Gutierrez. Segundo o MPF, esses valores eram pagamentos de propina pelas obras de Angra 3.

Mais cedo, também em depoimento, Gallo admitiu ter atuado como intermediário, mas não confirmou que os contratos firmados com a empreiteira e com a empresa de Othon eram fictícios. Ele defendeu que realizava, de fato, estudos em cima do que era definido pela Andrade.

O dono da JNobre reforçou mais de uma vez que aceitou o trato porque desejava ter contatos com a Andrade Gutierrez e com Othon, quem considerava um profissional renomado em sua área. “Estava me abrindo um leque que talvez nunca na minha vida eu tivesse essa oportunidade”, disse. Ele encontrou o almirante apenas uma vez, quando foram apresentados brevemente, e nunca fechou negócios com a empreiteira, contou no depoimento.

Segundo Nobre, o último pagamento à Aratec ocorreu em março de 2014, no valor de R$ 35 mil. Antes disso, ele havia tido problemas de saúde e, mesmo recebendo da Andrade, não repassou dinheiro à empresa de Othon. “Em janeiro de 2014, Ana Cristina (Toniolo, filha de Othon e sócia do pai) me ligou, mas não posso asseverar que era uma cobrança.” Depois, o empresário faliu e ainda ficou “devendo” dinheiro à Aratec.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?