Em novos diálogos vazados, Moro deu recado de Faustão a procuradores
O apresentador se encontrou com o então juiz e parabenizou a força-tarefa pelo trabalho feito na Lava Jato. O global confirmou a conversa
atualizado
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Novas conversas vazadas mostram um conselho do apresentador Fausto Silva aos procuradores da Lava Jato, transmitido pelo então juiz Sergio Moro. “Ele disse que vocês nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples. Para todo mundo entender. Para o povão”, comentou o atual ministro com o coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol.
Os diálogos foram obtidos pelo site The Intercept Brasil e divulgados pela revista Veja nesta sexta-feira (05/07/2019). De acordo com Moro, Faustão cumprimentou os procuradores pelo trabalho realizado na Lava Jato.
O atual ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PSL) disse, então, que transmitiria o recado. “Conselho de quem está a (sic) 28 anos na TV. Pensem nisso”, sugeriu Moro a Dallagnol.
A Veja procurou o apresentador, que confirmou o encontro com Sergio Moro e o teor da conversa.
Colaboração
O atual ministro da Justiça teve o nome envolvido em uma crise no início de junho, quando o The Intercept começou a publicar conversas que evidenciaram suposta troca de colaboração entre Moro e procuradores da Lava Jato. Os arquivos chegaram ao site de forma anônima e somam 1 milhão de mensagens em mais de 30 mil páginas.
Os diálogos vazados publicados pela Veja nesta sexta-feira mostram que o ex-juiz teria pedido a procuradores da força-tarefa da Lava Jato que incluíssem provas em processos que julgaria depois, além de ter feito pressão para frear delações, acelerado ou atrasado operações e atuado como chefe do Ministério Público Federal (MPF).
Desde o início da divulgação das conversas, o ministro da Justiça foi ao Congresso Nacional duas vezes explicar o teor dos diálogos aos parlamentares. Moro tem negado veementemente que cometeu crime e disse que as mensagens não mostram nenhuma irregularidade. O ex-juiz também afirma que não é possível provar a veracidade e a autenticidade dos textos publicados.