Em meio à crise de coronavírus, STJ quer gastar R$ 194,7 mil em poltronas
A Corte quer adquirir 96 peças para “compor ambientes coletivos” do tribunal. Cada unidade sairá por mais de R$ 2 mil
atualizado
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) abriu uma licitação, em 16 de abril deste ano – em meio à crise econômica causada pela pandemia de coronavírus –, para a compra de 96 poltronas fixas. O custo total do pregão é de R$ 194.727,48. Ou seja, a unidade dos móveis vai custar mais de R$ 2 mil.
Segundo o documento do órgão, o tribunal precisa de 88 poltronas modelo Cafiero (PO7) e 6, no mesmo estilo, mas com medidas especiais. A linha é inspirada nos trabalhos do designer norte-americano Vincent Cafiero, que coordenava e executava projetos para residências, universidades e escritórios de empresas e executivos nos Estados Unidos.
A reportagem do Metrópoles encontrou apenas uma loja fornecedora desse modelo de poltronas. Contudo, a companhia trabalha com a restauração de móveis.
De acordo com a licitação, as poltronas serão usadas para compor ambientes do tribunal, não para uso dos magistrados. “Poltrona fixa individual, estofada, para compor ambientes coletivos do tipo auditório e sala de reuniões corporativa, seguindo padrão utilizado no STJ na sala do Tribunal Pleno (TRP). Desenho de referência: Design Vicent Cafiero”, diz o documento.
As informações referentes ao pregão foram apuradas por meio do Portal da Transparência, no próprio site do Superior Tribunal de Justiça.
Veja a íntegra do edital de licitação:
STJ by Metropoles on Scribd
A abertura da licitação pelo STJ, em abril, contrasta com o período em que o governo resolveu cortar gastos públicos tendo em vista a necessidade de recursos para combater a Covid-19.
O Metrópoles entrou em contato com assessoria da Corte, questionando a necessidade de poltronas de alto custo para o tribunal. O STJ limitou-se a dizer que a compra serve “para compor ambientes coletivos do tipo auditório do 1º Ministro I e sala Multiuso 2º do plenário, seguindo padrão utilizado”.
As poltronas com medidas especiais, segundo a Corte, cumprem o que determina a lei.