Em depoimento à Justiça, Moro diz que não interferiu na Spoofing
O ex-ministro da Justiça afirmou que o delegado do caso teve total autonomia para conduzi-lo da forma que achou apropriado
atualizado
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O ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro prestou depoimento, nesta segunda-feira (17/5), à Justiça Federal do Distrito Federal, no âmbito da Operação Spoofing. Na ocasião, ele afirmou que nunca interferiu na força-tarefa que investiga a interceptação de mensagens entre autoridades e membros do Ministério Público.
“Eu nunca interferi nesse caso. Nunca interferi na investigação. Nunca foi feita gestão alguma da minha parte para influenciar neste caso ou na Polícia Federal”, disse o ex-ministro.
A oitiva, realizada por videoconferência, foi conduzida pelo juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite. De acordo com Moro, o delegado teve “total autonomia para conduzir o caso” da forma que ele entendia apropriada.
O ex-juiz contou que, assim que percebeu que sofreu um ataque hacker, entrou em contato com a Polícia Federal. “A polícia me informava por cima como estavam indo as investigações, sem entrar em detalhes, e depois fui informado que teriam sido identificados os autores dos ataques”, falou.
Além de Moro, foi ouvida a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB), citada pelo hacker Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, como elo entre ele o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.
Spoofing
Realizada em julho de 2019 pela Polícia Federal, a Operação Spoofing resultou na prisão de seis hackers. A suspeita era de invasão aos celulares de Sergio Moro e de autoridades da Lava Jato em Curitiba (PR).
Parte dos arquivos das conversas foi obtida pelo The Intercept Brasil, que, posteriormente, publicou série de reportagens que ficou conhecida como “Vaza Jato”. As conversas sugerem, dentre outros pontos, que o ex-juiz teria auxiliado membros do MP a construir casos.