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E-mail mostra que Odebrecht pediu “pagamentos via bônus” a 7 partidos

Pela primeira vez, os investigadores da Operação Lava Jato tem em mãos um material que comprova que o “setor de propinas” também funcionava em cima de doações eleitorais

atualizado

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Odebrecht
1 de 1 Odebrecht - Foto: J.F.Diorio/Estadão Conteúdo

A cada dia que passa são divulgadas novas descobertas feitas no apartamento do presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Barbosa Silva Junior, em âmbito da Operação Lava Jato. Os agentes da Polícia Federal encontram um e-mail em que funcionários do “setor de propinas” da empresa pediam “pagamentos via bônus” a políticos de sete partidos diferentes: PT, PSDB, DEM, PPS, PSB, PDT e PTB. A correspondência ocorreu durante as eleições municipais de 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No e-mail enviado em 29 de agosto de 2012, período das eleições estaduais, o funcionário do setor financeiro da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares pede que Benedicto e Hilberto Silva, do setor de Operações Estruturadas da empresa (onde se encontra o “setor da propina”),  “pagamentos a serem efetuados via Bônus” e lista todos os políticos e partidos que devem os “benefícios”.

Outros nomes que aparecem na mensagem são a de João Pacífico, diretor-superintendente da Odebrecht à época, André Vital, diretor da empresa nas unidades localizadas na Bahia e em Sergipe, e Valter Lana, diretor-superintendente Sul – responsável por São Paulo.

Reprodução

Pela primeira vez, os investigadores tem em mãos um material que comprova que o “setor de propinas” também funcionava em cima de doações eleitorais. Os valores que dizem respeito a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) aparecem na mensagem coincidem ou são bem próximos do que estão declarados oficialmente pelos partidos. Porém, dos R$ 2,5 milhões repassados pela ETH Bioenergia, um dos braços da empreiteira, para as legendas, somente R$ 90 mil foram declarados.

Em mensagem enviada em 29 de agosto de 2012, período das eleições estaduais, o funcionário do setor financeiro da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares pede que Benedicto e Hilberto Silva, do setor de Operações Estruturadas da empresa (onde se encontra o “setor da propina”),  “pagamentos a serem efetuados via Bônus” referentes a uma lista de políticos e partidos.

Delação premiada
Maria Lúcia Tavares, ex-secretária da Odebrecht, afirmou que Luiz Eduardo Soares também trabalhava no “setor da propina”. O funcionário chegou a sair do país em 2015, quando a área em que trabalhava foi fechada por conta da Operação Lava Jato. Foi decretada sua prisão preventiva na 26ª fase da Lava Jato.

Saiba os partidos e valores explicitados no e-mail:

PT
Oficialmente, o diretório nacional do partido governista recebeu R$ 500 mil no dia 31 de agosto de 2012. Porém, o e-mail indica repasses que somam R$ 450 mil. Os diretórios estaduais teriam recebidos R$ 500 mil da ETH, mas, oficialmente, não possuem nenhum valor declarado. O partido afirma que todos os valores recebidos foram declarados corretamente.

PSB
Foram repassados R$ 300 mil pela Construtora Norberto Odebrecht. O valor bate com o que foi declarado oficialmente.

PSDB
O e-mail afirma que o diretório nacional do partido de oposição teria recebido R$ 100 mil em nome do deputado Bruno Araújo, que não concorria as eleições de 2012. Há também um repasse da ETH de R$ 400 mil para um diretório estadual do PSDB. Oficialmente, há somente um repasse de R$ 15 mil feito pela ETH. O partido afirma que todos os valores recebidos foram declarados corretamente.

DEM
Os repasses da Construtora Norberto Odebrecht coincidem com os valores oficiais. Porém, os R$ 400 mil enviados pela ETH não foram declarados. O partido afirma que não conhece o funcionário da empresa Luiz Eduardo Soares e que não recebeu nenhum dinheiro da ETH.

PMDB
O candidato a prefeito de Salvador (BA) Mário Kertesz teria recebido R$ 250 mil da construtora e R$ 500 mil da ETH, de acordo com o e-mail. O diretório nacional do PMDB confirma que recebeu E$ 950 mil da construtora e R$ 25 mil da ETH no mesmo período.

PTB
Oficialmente, o partido não recebeu nenhuma doação das empresas da Odebrecht. Porém, o e-mail cita um repasse de R$ 100 mil. O presidente do PTB, José Humberto Cavalcanti, diz que o partido não recebeu nenhum dinheiro das empresas.

PDT
O deputado Paulinho da Força teria recebido R$ 500 mil da ETH naquele período. Oficialmente, não há nenhum valor declarado.

PPS
Roberto Freire, deputado e presidente do partido, teria recebido R$ 500 mil de cada uma das empresas citadas no e-mail. Oficialmente, nenhum valor foi declarado. Em sua defesa, o partido afirma que recebeu a doação nesse valor de uma distribuidora de bebidas e que, à época, foi informado que o dinheiro teria vindo da Odebrecht. Freire afirma que seu nome consta no e-mail somente por causa da função que exerce dentro do partido. Além disso, afirma que o PPS não sabe das origens (lícitas ou não) do dinheiro recebido.

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