metropoles.com

Dono da Gol assina delação premiada e acusa Temer, Geddel e Cunha

O empresário Henrique Constantino admitiu pagamentos de propina em troca da liberação de financiamentos da Caixa para suas empresas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Michel Temer prisão cadeia
1 de 1 Michel Temer prisão cadeia - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O empresário Henrique Constantino, um dos donos da companhia aérea Gol, assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e admitiu pagamentos de propina em troca da liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal para suas empresas.

A delação foi homologada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, e traz acusações contra o ex-presidente Michel Temer (MDB), o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) e o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB). A informação foi antecipada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Metrópoles.

No depoimento, o empresário contou sobre seu relacionamento com os emedebistas e afirmou ter participado de uma reunião em 2012 com o então vice-presidente da República, Michel Temer, durante a qual houve o pedido de R$ 10 milhões em troca da atuação dos parlamentares em favor da liberação dos financiamentos pleiteados pela Gol junto à Caixa.

“Sobre a reunião em junho de 2012, em Brasília, com Eduardo Cunha e [o ex-ministro e ex-deputado] Henrique [Eduardo] Alves, informou ainda que se reuniu com eles e o então vice-presidente Michel Temer; que foi solicitado pelo grupo o valor global de R$ 10 milhões em troca de atuação ilícita de membros do grupo em diversos negócios, como foi o caso da operação da Via Rondon com o FI-FGTS”, disse Constantino em depoimento.

Segundo Constantino, essa propina foi paga via caixa 2 à campanha de Gabriel Chalita (PDT-SP) à Prefeitura de São Paulo em 2012 e por meio de repasses a empresas do operador financeiro do MDB à época, Lúcio Funaro.

“Efetuou pagamentos para a campanha de Gabriel Chalita em 2012 (pagamentos de despesas), conforme combinado com o grupo, além de efetuar pagamentos para empresas indicadas por Funaro, como Viscaya e Dallas”, relatou Constantino em depoimento ao MPF.

“Ficou claro para o depoente, nessa reunião, que a contribuição dos R$ 10 milhões era em troca de auxílio aos pleitos do depoente por esses membros do então partido PMDB”, completou o empresário.

Sobre os crimes cometidos contra a Caixa, Constantino se comprometeu a pagar R$ 70,7 milhões aos cofres da instituição. O valor corresponde a 10 vezes a propina paga por ele ao operador Lúcio Funaro, de R$ 7,07 milhões, que seria distribuída aos políticos do MDB.

Do total acordado, R$ 63,3 milhões serão pagos por meio de seis depósitos semestrais cuja primeira parcela tem que ser efetivada no próximo dia 30 de maio, e a última, em 30 de novembro de 2021. Outros R$ 7 milhões serão pagos em até 60 dias e vão ser usados na execução de projetos sociais ainda a serem definidos.

Confira os documentos cedidos ao Metrópoles na íntegra:

DECISÃO – TARJADA by Gabriela Vinhal on Scribd


1022880-56.2018.4.01 by Juliana Barbosa on Scribd

Delação de Funaro
A delação de Funaro, peça-chave da Operação Lava Jato, poderá ser usada contra o ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli (MDB). Dois anexos da delação de Funaro serão compartilhados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Filippelli é citado nos anexos 17 e 20, ao lado de Cunha. O objetivo era favorecer o dono da Gol e de parte da Viação Piracicabana, Henrique Constantino.

O Anexo 17 da delação de Funaro mostra que o esquema envolvia o pagamento de propina ao emedebista para a redução de impostos da gasolina de aviação e desoneração da folha nos setores de transporte aéreo e rodoviário, a pedido de Constantino.

Ao Metrópoles, o ex-governador afirmou desconhecer qualquer uma das irregularidades atribuídas a ele pela PGR ou por Funaro. “Eu ainda não vi nenhum documento, não recebi nada. Vocês [imprensa] ficam sabendo das coisas antes da gente. No entanto, a acusação é ainda mais absurda, porque eu não estava na Câmara Federal, portanto não tinha como atuar em nenhuma MP. Sobre redução de imposto, isso não é atribuição de vice-governador”, afirmou Filippelli.

A assessoria de imprensa do MPDFT informou que o órgão ainda não recebeu os anexos da delação de Funaro. Somente quando os documentos chegarem ao órgão, será feita a análise sobre a pertinência de investigá-lo via procuradoria.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?