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Disputa entre PF e MPF só beneficia o crime organizado, diz Segovia

Em cerimônia de posse nesta segunda-feira, em Brasília, novo diretor-geral da Polícia Federal defendeu o fim da vaidade e da sede de poder

atualizado

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Michael Melo
Posse Diretor da PF –  Fernando Segovia e o ex-comandante da PF Leandro Daiello
1 de 1 Posse Diretor da PF – Fernando Segovia e o ex-comandante da PF Leandro Daiello - Foto: Michael Melo

Em um discurso crítico, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, reafirmou o combate à corrupção como prioridade da nova gestão da instituição e pontuou que é necessário “iniciar um novo capítulo”, deixando de lado “vaidade e sede de poder”. Segovia recebeu formalmente o cargo do ex-comandante da PF Leandro Daiello, em uma cerimônia realizada na manhã desta segunda-feira (20/11), no Ministério da Justiça, com a presença do presidente Michel Temer (PMDB).

A transmissão de cargo teve início por volta das 10h40 e durou por volta de trinta minutos. Além de Temer, a cerimônia contou com a presença de autoridades como o ministro da Justiça, Torquato Jardim; o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. Apenas Segovia, Daiello e Jardim, no entanto, falaram no evento.

Durante o seu discurso, Segovia pregou uma Polícia Federal “forte e indivisível” no que classificou como tempos “de um vendaval de dúvidas”. O novo diretor-geral reconheceu a “infeliz disputa institucional de poder” entre o Ministério Público Federal (MPF) e a PF. “O único que se beneficia com essa disputa é o crime organizado”, completou.

Michael Melo/Metrópoles
O novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia

 

O novo diretor-geral reforçou o combate à corrupção como a agenda prioritária da PF, citando a continuidade de operações especiais como a Lava Jato, a Cui Bonno e a Cadeia Velha. Em 2018, segundo Segovia, a PF deverá ter um “capítulo especial”, com o objetivo de coibir qualquer crime, “independentemente dos partidos políticos”.

Antecessor de Segovia no cargo, Leandro Daiello fez um discurso emocionado e foi aplaudido de pé pela audiência no Ministério da Justiça. “Fizemos o que tinha de ser feito. Quando olharmos para trás, teremos a certeza de que cumprimos a nossa missão”, disse. Após quase sete anos no cargo, Daiello se aposentará da Polícia Federal.

“Propósitos ocultos”
Com um discurso de forte tom político, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, criticou o que chamou de “vaidade fruto da ambição e de propósitos ocultos”. “Os prejuízos que causam as condutas desviadas agridem sempre a sociedade muito mais do que o indivíduo, porque geram a dúvida coletiva da isenção da conduta”, afirmou o ministro.

O presidente Michel Temer não discursou durante a cerimônia. No Twitter, o presidente agradeceu o antecessor Leandro Daiello pelas suas contribuições “à instituição e ao país” e desejou sucesso ao novo diretor-geral da Polícia Federal.

Indicação
Segovia tomou posse no dia 10 de novembro, em um evento fora da agenda oficial do ministro da Justiça, Torquato Jardim. Em sua fala, o novo diretor reforçou a importância de operações de combate à corrupção e afirmou que ampliará a operação Lava Jato e criará novas frentes de trabalho.

A sua indicação ao topo da Polícia Federal foi cercada de polêmicas. Sugestão do PMDB e apoiado pelo ex-presidente José Sarney e pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o novo diretor assumiu a dianteira da lista para o cargo, superando o preferido de Jardim, Rogério Galloro.

De lá para cá, o novo diretor da PF já teve reuniões com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e o presidente Michel Temer. Com este, o encontro se deu fora da agenda oficial, na última quinta (16/11), mas, no início da noite, já constava no roteiro do dia do presidente.

 

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