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Dez meses sem Marielle: o caso que a polícia ainda não desvendou

A vereadora carioca e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros em 14 de março do ano passado, no centro do Rio de Janeiro

atualizado

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1 de 1 Marielle1 - Foto: Divulgação

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do seu motorista, Anderson Gomes, completa 10 meses nesta segunda-feira (14/1) sem mandantes ou executores do crime para responsabilizar e penalizar. Os dois foram mortos a tiros em março do ano passado, dentro de um carro no centro do Rio de Janeiro. Os criminosos, que estavam em outro veículo, alvejaram o automóvel da parlamentar e fugiram em seguida.

Ao menos nove cápsulas de arma de fogo foram recolhidas no local do crime, e quatro projéteis atingiram a cabeça de Marielle. Anderson Pedro Gomes levou pelo menos três tiros nas costas. A suspeita é de crime de execução.

As informações mais recentes sobre as investigações do caso foram reveladas pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, no fim de semana. Segundo o novo chefe do governo do estado, que recebeu o desafio de elevar o nível de segurança pública aos cariocas, o desfecho das investigações sobre o caso deve ocorrer neste mês. A estimativa é a mesma para a prisão dos criminosos.

A declaração foi feita por Witzel após reunião com o secretariado. No entanto, ele não revelou detalhes sobre as apurações, nem sequer deu referências sobre os possíveis culpados ou onde poderiam ser localizados.

“Não tenho atribuição legal para olhar os autos do processo, que está sob sigilo”, informou o governador, ao ressaltar que desconhece os nomes dos envolvidos no crime, mas que está em contato com delegados atuantes nas apurações e acompanha todas as informações.

Na última quarta-feira (9), o diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) já havia confirmado que suspeitos foram identificados e, portanto, o crime estaria perto de ser elucidado.

Na última semana, o jornal O Dia afirmou que a Polícia Civil do Rio teria provas de que os assassinos fazem parte dos quadros da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. O crime teria sido cometido por servidores excluídos da pasta e por pessoal da ativa.

De acordo com a reportagem, fontes do governo informaram que os criminosos fazem parte de um grupo conhecido como “Escritório do crime” e teriam sido contratados via deep web, zona da internet onde o usuário tem mais facilidade para manter o anonimato e, assim, encobrir o cometimento de delitos. Os investigadores teriam apelidado esse espaço de ‘deep web do crime'”. As informações, contudo, não foram confirmadas pelas autoridades.

Quem são os mandantes?
Um dos suspeitos de ser o mandante do duplo homicídio é o vereador Marcello Siciliano (PHS). Ele já prestou depoimento três vezes e, em todas as ocasiões, negou qualquer envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. Apesar disso, continua sendo investigado.

Em dezembro, após ser considerado um dos alvos de mandado de busca de apreensão do Ministério Público do Rio de Janeiro, o político  afirmou estar “revoltado” por novamente ser associado às execuções.

“Continuo indignado com essa acusação maligna que fizeram a meu respeito. Estou me colocando à disposição da Justiça mais uma vez. Quero que isso se resolva, minha família está sofrendo, tenho certeza que a família da Marielle não merece isso, merece a verdade”, disse, ao enfatizar que tentam fazer com ele uma “covardia”.

Para a polícia, o miliciano Orlando Araújo, conhecido como Orlando de Curicica, ligado a Siciliano, seria também um dos articuladores dos assassinatos.

Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, o general Richard Nunes, secretário de Segurança do Rio, afirmou que a vereadora foi morta porque milicianos acreditaram que ela poderia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste do Rio.

Segundo ele, o crime era planejado desde 2017. Siciliano, que estaria envolvido em grilagem de terras, é investigado no caso de Marielle.

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