metropoles.com

Candidatura de Demóstenes afronta a soberania, diz Raquel Dodge

Em parecer contra decisão do STF, procuradora-geral da República alega que a cassação do ex-senador não tem apenas provas anuladas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que a suspensão da inelegibilidade do ex-senador Demóstenes Torres (DEM) afronta a soberania do Legislativo. Cassado em 2012, o político goiano poderá ser novamente candidato após obter decisão liminar na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. As informações foram divulgadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

No ano passado, após recurso apresentado pelo ex-senador, o STF invalidou provas obtidas nas operações Monte Carlo e Vegas, que o incriminaram, em 2017. Em abril deste ano, por maioria, a Segunda Turma do Supremo entendeu que a anulação das provas também afasta a inelegibilidade do ex-congressista, decorrente da cassação de seu mandato pelo Senado Federal. Ainda assim, afastou a possibilidade de Demóstenes retomar o mandato no Legislativo com fundamento na independência das instâncias penal e política.

Conforme alertou Dodge, mesmo com a decisão da Segunda Turma, continua em vigor a Resolução nº 20/2012, do Senado, que decretou a perda do mandato do senador e sua inelegibilidade. Com base nessa decisão, Demóstenes está inelegível até 2027.

A resolução, afirma a PGR, não depende de decisão judicial e é a causa da inelegibilidade do político goiano. Dessa forma, a reclamação do ex-senador é abusiva, incabível e não pode interferir nos efeitos do ato da mesa do Senado, responsável pela ação mandamental.

No parecer, Raquel Dodge lembra que a cassação do então senador não se pautou apenas em provas anuladas judicialmente. “Reconheceu-se, na Casa Legislativa, que Demóstenes mentiu aos pares, além de todo o juízo político intrínseco ao julgamento pelo parlamento, insindicável pelo Poder Judiciário”, pontua na manifestação.

De acordo com argumentação da procuradora, a reclamação não é o instrumento cabível para o caso, de forma que seria mais adequado um mandado de segurança. Ainda segundo Dodge, por se tratar de ação contra ato da Mesa Diretora do Senado Federal, a jurisprudência aponta que o tema deveria ser apreciado pelo Plenário da Corte.

Demóstenes Torres é promotor de Justiça do Estado de Goiás. Ele faz parte do grupo de membros que ingressaram no Ministério Público antes da Constituição de 1988 e, por isso, podem se filiar a partido político e se candidatar, bastando que se afastem dos postos seis meses antes da eleição, ou seja, no caso de 2018, foi até 7 de abril.

Citando a proximidade do fim do prazo para que o promotor pudesse se afastar do cargo e se candidatar, o STF concedeu a liminar sem intimar a PGR, e antes da publicação do acórdão. Sendo assim, no parecer, Dodge pede para se manifestar oficialmente nos autos, caso a decisão não seja reformada.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?