Delegados prestam depoimento sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF
Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin, e o ex-superintendente no Rio Ricardo Saadi serão ouvidos em Brasília
atualizado
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O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, o ex-diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo e o ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro Ricardo Saadi prestam depoimento, nesta segunda-feira (11/05), no inquérito que investiga possível interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na corporação.
Ramagem e Saadi prestarão depoimento na Superintendência da PF em Brasília. Já Valeixo será ouvido em Curitiba (PR).
O inquérito foi aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-ministro Sergio Moro prestar depoimento e acusar Bolsonaro de o ter pressionado para trocar o comando da PF. O ex-juiz deixou o cargo no dia 24 de abril ao dizer que o presidente queria ter acesso a relatórios de investigações.
Moro prestou depoimento na Superintendência da PF em Curitiba, no dia 2 de maio, e revelou uma mensagem que teria recebido do presidente. Nela, Bolsonaro teria dito ao ex-ministro que ele tinha 27 superintendências e o chefe do Executivo queria apenas uma, a do Rio.
No depoimento, Moro apontou uma reunião entre o presidente, o vice-presidente Hamilton Mourão e ministros, no qual Bolsonaro teria feito pressão para trocar o comando da PF. A gravação do encontro foi solicitada pelo ministro do STF Celso de Mello e será exibido nesta terça-feira (12/05), com a presença de Moro.
Ao longo da semana, também prestarão depoimento três ministros de Bolsonaro: Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, general Braga Netto, da Casa Civil, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) será ouvida.