Defesa oferece passaportes de Joesley Batista e Ricardo Saud à Justiça
Delatores do Grupo J&F pediram para serem ouvidos por Edson Fachin antes do ministro decidir sobre o pedido de prisão apresentado pela PGR
atualizado
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A defesa de Joesley Batista e Ricardo Saud pediu na madrugada deste sábado (9/9) para ser ouvida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), antes que ele decida sobre o pedido de prisão apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na noite desta sexta-feira (8/9).
Os delatores também deixam os passaportes à disposição da Justiça e se ofereceram para a prestar qualquer esclarecimento necessário. O risco de fuga é um dos motivos pelos quais pode ser determinada uma prisão temporária ou preventiva.
Em documento enviado ao STF, o advogado de Batista e Saud, Pierpaolo Cruz Bottini, escreveu: “caso haja qualquer dúvida sobre a intenção dos peticionários em submeterem-se à lei penal, ambos desde já deixam à disposição seus passaportes, aproveitando para informar que se colocam à disposição para comparecerem a todos os atos processuais para prestar esclarecimentos, da mesma forma com que têm colaborado com a Justiça até o presente momento.”
Para justificar o pedido de ser ouvida previamente a uma decisão, a defesa cita um artigo do Código de Processo Penal que diz que, se o caso não for de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz deve intimar o alvo de uma medida cautelar (como pedido de prisão), acompanhada de uma cópia do requerimento e das peças necessárias.Pedido de prisão
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF a solicitação para prender o empresário e dono do grupo J&F, Joesley Batista, na noite desta sexta-feira (8/9). Caberá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, analisar o documento.
Janot também pediu a prisão do diretor do J&F Ricardo Saud e do ex-procurador da República Marcello Miller. Em conversa entregue pela própria defesa da JBS, Saud e Joesley conversam sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada.
O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele foi exonerado da instituição em abril.