Damares questiona se quem teve coronavírus poderá abortar: “Liberou geral?”
Na reunião ministeria, ministra diz que o Ministério da Saúde “tá lotado de feminista que têm uma pauta única que é a liberação de aborto”
atualizado
Compartilhar notícia
Na reunião ministerial comandada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 22 de abril, cujo sigilo foi levantado pelo ministro so Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello nesta sexta-feira (22/05), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, se mostrou preocupada com a retomada da “pauta do aborto”. Segundo ela, um “palhaçada” do Supremo.
“Neste momento de pandemia a gente tá vendo aí a palhaçada do STF trazer o aborto de novo para a pauta e lá tava a questão de … as mulheres que são vítimas do zika vírus vão abortar… e agora vem do coronavírus? Será que vão querer liberar que todos que tiveram coronavírus poderão abortar no Brasil? Vão liberar geral?”, questionou a ministra.
Em recado ao então ministro da Saúde Nelson Teich, Damares diz ser necessário fazer algumas revisões de políticas públicas no Brasil.
“Por favor, ministro, coloque aí a questão de valores. E quando eu falo valores aí, eu quero olhar pro nosso novo ministro aqui da saúde e dizer: ministro, valores estão lá no seu ministério também. O seu ministério, ministro, tá lotado de feminista que têm uma pauta única que é a liberação de aborto”, fala.
“Quero te lembrar ministro, que tá chegando agora, este governo é um governo pró-vida, um governo pró-família. Então, por favor. E aí quando a gente fala de valores, ministro, eu quero dizer que nós estávamos sim no caminho certo”, completa.
Veja a fala de Damares:
Entenda o caso
Moro deixou o Ministério da Justiça no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para as superintendências estaduais, como também queria “relatórios de inteligência” da corporação.
Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo desta reunião ministerial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF, no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.
No último dia 12 de maio, o ex-ministro, seus advogados, representantes do governo federal, da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR), assistiram ao vídeo juntos, em sessão reservada. Mello atendeu ao pedido de Moro, que defendia o levantamento integral do sigilo — a AGU, por outro lado, queria que apenas as falas do presidente na reunião fossem tornadas públicas.
Leia como foi a reunião:
Veja os vídeos da reunião ministerial liberados pelo STF: