Cotado para lugar de Weintraub, Feder foi denunciado por fraude milionária
Hoje secretário de Educação do Paraná, ele e o sócio foram acusados de sonegar R$ 3,2 milhões em ICMS. Processo corre na Justiça de SP
atualizado
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Após a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, o atual secretário da Educação do Paraná, Renato Feder, é um dos cotados para assumir a pasta. O empresário, que se reunirá com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (23/06), no passado, foi denunciado por sonegação fiscal e responde a processo milionário na Justiça de São Paulo, que corre em sigilo.
Em 2016, Feder e o sócio, Alexandre Ostrowiecki, administradores da empresa de informática Multilaser Industrial S.A., foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal (Coesf), por fraude de R$ 3,2 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O processo consta no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e ainda está em fase de tramitação. Em posicionamento oficial, a empresa informou que o processo é resultado de uma dívida que o governo paulista tem de R$ 95 milhões com a Multilaser, que venceu e não foi paga.
“Até 2013, o governo autorizava empresas na situação da Multilaser a abater dessa dívida os pagamentos de ICMS. A prática foi suspensa e a Multilaser recorre, desde então, à Justiça para que seja retomada”, destacou, em nota.
Inicialmente, a denúncia envolvia as áreas criminal e tributária. No entanto, os efeitos da primeira esfera foram suspensos. “Numa tentativa de intimidação que infelizmente é comum no Brasil, o governo usa a esfera criminal para forçar os empreendedores a parar de lutar por seus direitos”, prosseguiu a Multilaser.
Substitutos de Weintraub
Bolsonaro começou a receber possíveis nomes para chefiar o MEC. Indicado por Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, Renato Feder vem a Brasília, nesta terça-feira (23/06), para se encontrar com o chefe do Executivo no Palácio do Planalto.
Envolto em polêmicas, Weintraub foi exonerado nessa quinta-feira (18/06), por ordem de Bolsonaro. A medida foi tomada pelo chefe do Executivo após o titular do MEC ser mantido alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), depois de chamar os ministros da Corte de “vagabundos”.
Na visão de aliados do presidente, a iniciativa foi essencial para que o Executivo estabelecesse uma “bandeira de paz” com o Supremo, em meio às desavenças crescentes dos últimos dias.
Ele foi indicado para assumir uma diretoria no Banco Mundial e, com isso, viajou para os Estados Unidos.