Coronavírus: J&F nega ao MPF destinar R$ 7,5 bi contra pandemia
Operação Greenfield sugeriu dinheiro proveniente de acordos de leniência fossem usados no combate ao vírus
atualizado
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O grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, recusou nesta segunda-feira (23/03) a proposta do Ministério Público Federal (MPF) de destinar os recursos provenientes de acordos de leniência para o combate ao coronavírus. A força-tarefa da Operação Greenfield propôs à Justiça que R$ 11,4 bilhões fossem usados com esse fim.
O Metrópoles revelou que a reunião seria realizada nesta segunda por meio de videoconferência, em função da pandemia do Covid-19.
A holding recusou a proposta e ficou de avaliar se apresenta alguma proposta ao MPF sobre o tema. De acordo com a petição da força-tarefa da operação Greenfield, responsável pela proposta, R$ 7,5 bilhões deveriam ser destinados ao Ministério da Saúde.
O acordo de leniência foi firmado com a J&F em 2017 para reverter os danos provocados à administração pública e aos fundos de pensão. Até agora, a empresa já devolveu R$ 200 milhões.
De acordo com a Greenfield, na formulação da proposta, o pedido é “adequado diante da completa alteração do cenário antes existente, quando o acordo de leniência foi assinado”.
Os R$ 11,4 bilhões, de acordo com o MPF, está depositado em conta de garantia vinculada aos processos de arbitragem em curso.
Assinam a petição os procuradores Sara Moreira, Anselmo Henrique Lopes, Leandro Musa e Cláudio Drewes.
Outro lado
A assessoria de imprensa do grupo J&F foi procurada e disse que direciona “esforços” para o combate ao coronavírus e à manutenção de empregos.
A empresa cobrou “responsabilidade” da força-tarefa da Greenfield. “Na maior crise de saúde pública e, possivelmente, o maior desafio econômico e financeiro mundial dos últimos tempos todas as decisões precisam de racionalidade e principalmente responsabilidade tanto da empresa quanto da ‘Força-Tarefa Greenfield'”.