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Condenação de Lula complica “linha sucessória” do PT ao Planalto

Alternativas do partido ao ex-presidente para as eleições de 2018 também estão envolvidas em escândalos e investigações criminais

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1 de 1 pt em sao paulo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) nessa quarta-feira (24/1) pode complicar os planos do Partido dos Trabalhadores (PT) de voltar a ter um representante no Palácio do Planalto. Sem Lula na disputa eleitoral de 2018, resta à sigla lideranças envolvidas em escândalos políticos e alvos da operação Lava Jato.

Nessa quarta, a turma do tribunal federal em Porto Alegre (RS) decidiu, por unanimidade, manter a condenação do ex-presidente e aumentar a pena imposta ao político: em vez dos 9 anos e 6 meses de prisão fixados pelo juiz Sérgio Moro, os desembargadores do TRF-4 defenderam que Lula cumpra 12 anos e 1 mês de cadeia, em regime integralmente fechado.

Com a condenação judicial em segunda instância, o petista torna-se inelegível, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. No entanto, caberá à Justiça Eleitoral impugnar um eventual registro de candidatura de Lula. O PT, contudo, fechou questão e adotou discurso único.

“Lula é plano A, B e C” para as eleições de 2018. Essa é a declaração oficial reproduzida em uníssono por petistas após a decisão do TRF-4. Nos bastidores, todavia, lideranças do partido já trabalham com a possibilidade de novos nomes ao Palácio do Planalto. Confira:

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Petista foi o que mais cresceu nas pesquisas eleitorais: 15 pontos percentuais no Ibope após denúncias formais
Alexandre Padilha
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Ex-ministro do governo Dilma, Jaques Wagner é um forte nome na articulação política do PT. Wagner, contudo, já foi citado em delações da Lava Jato, acusado de receber propinas e "mimos" de executivos da Odebrecht

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Petista foi o que mais cresceu nas pesquisas eleitorais: 15 pontos percentuais no Ibope após denúncias formais

Tiago Queiroz/Estadão
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Alexandre Padilha

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Principal alternativa a Lula dentro do PT, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad era visto como a “menina dos olhos” do partido para futuros pleitos presidenciais. No último dia 15, contudo, o político paulista foi indiciado pela Polícia Federal (PF). Haddad é alvo de investigação desde o ano passado, quando a PF deflagrou a Operação Cifra Oculta, que averigua esquema de caixa dois no financiamento de sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2012.

Considerado como o “plano C” dentro da sigla, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner também surge como uma possibilidade na corrida presidencial. Ele é considerado como um dos “homens fortes” de Lula e já atuou na articulação política do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando ocupou a Casa Civil.

Wagner, contudo, foi citado em delações por executivos da Odebrecht. O ex-governador é acusado de ter recebido R$ 12 milhões em propinas, além de “presentes” dos empresários, como relógios de luxo avaliados em US$ 4 mil.

Outro nome importante no partido, o ex-ministro de Relações Institucionais de Lula e da Saúde de Dilma, Alexandre Padilha, também se vê envolto de investigações da operação Lava Jato. Segundo delatores da Odebrecht, Padilha teria recebido R$ 1 milhão da empresa para a campanha ao governo de São Paulo em 2014. O petista perdeu a eleição para o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB).

Sem unanimidade
Conhecido pelo bom trânsito entre petistas históricos, um parlamentar que preferiu não ser identificado analisou o cenário para o Partido dos Trabalhados nas eleições deste ano. Será, segundo ele, complicado. De acordo com a explicação do deputado, do ponto de vista jurídico, a condenação de Lula pode ser alvo de recursos. No entanto, de uma perspectiva política, a sigla tentará esticar ao máximo a possibilidade de ter o ex-presidente como candidato.

“O partido está sem nomes unânimes. Arrisco a dizer que qualquer um que se apresente sofrerá grande resistência da militância e dos partidos aliados”, afirma. Segundo o político, a estratégia será usar a grande rede de comunicação do PT para colocar em dúvida a decisão que combaliu Lula. “O Nordeste, por exemplo, será uma região que terá dúvidas sobre o fim da era Lula. Se algum nome forte de lá disser que o ex-presidente será candidato de novo, todos vão acreditar”, emendou.

A fonte acrescenta que a situação se assemelha à de deputados condenados em segunda instância, mas permanecem com o mandato no Congresso Nacional, caso de Paulo Maluf (PP-SP) e Celso Jacobi (MDB-RJ). “O sentimento é esse. Na hora em que não houver mais jeito de protelar a oficialização de um novo candidato, o nome do Lula será ainda muito falado”, encerra.

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