metropoles.com

“Começou errado”, diz Marco Aurélio Mello sobre inquérito de fake news

Para o ministro do STF, é preciso colocar um fim à “ladainha” que tem gerado desgaste para a instituição

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
Marco Aurélio Mello
1 de 1 Marco Aurélio Mello - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello avaliou que o inquérito que apura a produção de fake news e ofensas a ministros da Corte teve um “mau começo”. Aberto de ofício pelo presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, uma das consequências da apuração foi a censura determinada pelo colega Alexandre de Moraes ao site O Antagonista e à revista eletrônica Crusoé.

“Começou errado”, disse o ministro. “Não sei até agora quem é a autoridade ou pessoa sujeita à jurisdição do STF a ser julgada”, prosseguiu, em conversa com o Metrópoles. “Além disso, tem o fato de o inquérito ter sido aberto de ofício pelo presidente”, reclamou Mello, que considera a atitude de Toffoli fonte de desgastes para a instituição.

Marco Aurélio Mello referiu-se ao artigo 43 do Regimento Interno do STF, dispositivo legal utilizado por Toffoli para justificar a determinação de abertura do inquérito sem a provocação do Ministério Público. Este artigo autorizaria, na avaliação do ministro e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a determinação do processo em caso de má conduta de membros da própria Corte. Não vale, sustenta o magistrado, para investigações externas.

“Se a intenção era proteger, o que ele [Toffoli] está conseguindo é, justamente, o contrário”, disse o magistrado.

O ministro Alexandre de Moraes é relator do processo aberto por Toffoli. Na segunda-feira (15/04/19), ele mandou os dois veículos retirarem do ar uma reportagem na qual Dias Toffoli era mencionado pelo empresário Marcelo Odebrecht com o suposto apelido de “amigo do amigo do meu pai”. Após a repercussão negativa da decisão, Moraes recuou, revogando a medida na quinta-feira (18/04/19).

O recuo, no entanto, não amenizou o desgaste da instituição. Embora não falem abertamente sobre o assunto, a maior parte dos ministros quer o fim do processo.

Diante da situação inusitada, Mello questionou como o inquérito poderia ser levado ao plenário. “Como levar? O ministro Fachin tem uma provocação feita por um partido político, mas resta saber se partido político teria legitimidade para fazer isto. Talvez seria o caso de o Ministério Público Federal [MPF] fazer esta provocação para que se possa colocar um ponto final nesta ladainha”, disse o ministro.

Mello disse, ainda, que não chegou a procurar Toffoli para falar sobre o assunto. Segundo ele, antes da abertura do inquérito, o próprio presidente do STF o procurou para dizer que a situação era grave e que exigia uma providência. “No entanto, na providência tomada, o devido figurino legal não foi observado”, enfatizou o ministro.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?