Com pixulecos e bateria, manifestantes pedem condenação de Lula
“O PT teve 13 anos para mudar a nossa situação, mas nem Lula nem Dilma fizeram alguma coisa”, disse um participante de ato em Porto Alegre
atualizado
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Enviado especial a Porto Alegre (RS) – Cerca de 250 pessoas participaram de um ato do Movimento Vem Pra Rua no fim da tarde desta terça-feira (23/1), no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS). O grupo, um dos principais articuladores dos protestos que pressionaram pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, pede a condenação do ex-presidente Lula no julgamento desta quarta-feira (24) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na capital gaúcha.
Além do pixuleco grande, os interessados também podiam comprar uma versão menor do boneco inflável, por R$ 15. Todo o estoque do único vendedor que oferecia o produto durante a manifestação foi vendido. Questionado pela reportagem se apoiava o ato, o comerciante, quem não quis se identificar, disse ser melhor “manter a opinião para si mesmo.”Munidos de um grande pixuleco – o qual mostra o petista vestido com um uniforme de presidiário e identificado pelos números 13-171 – e uma bateria, os manifestantes gritavam palavras de apoio ao juiz Sérgio Moro, além de criticar o ex-presidente e os militantes que o defendem.
O posicionamento, no entanto, não era o mesmo de outros manifestantes. Um dos dispostos a falar era o gaúcho Sérgio Grass, 62 anos. Ele esteve entre os responsáveis por abrir as faixas exibidas aos motoristas que passavam pelo local, enquanto o semáforo estava fechado.
“Vim aqui hoje porque quero liberdade e prosperidade. O PT teve 13 anos para mudar a nossa situação, mas nem Lula nem Dilma fizeram alguma coisa. Agora, queremos algo novo”, disse Grass, que participa das manifestações do Vem Pra Rua desde o impeachment de Dilma Rousseff.
O ato também contou com a participação da vereadora de Porto Alegre (RS) Nádia Gerhard, mais conhecida como Comandante Nádia (PMDB). “Estamos aqui para mostrar que os brasileiros e brasileiras estão cada vez mais atentos ao que acontece no país. Estamos aqui para mostrar que nós não aceitamos mais corrupção. Queremos que o país seja dirigido por pessoas éticas, com valores que representem a nossa bandeira”, destacou.
A vereadora se disse confiante na manutenção da condenação de Lula – imposta pelo juiz Sérgio Moro em julho e, agora, em revisão pela 8ª Turma do TRF-4. “Uma minoria gritante quer mostrar que esse julgamento é político, e não é isso que a maioria dos brasileiros pensa. Nossa Justiça é ilibada e vai julgar todos com o mesmo critério. Não podemos deixar que um ex-presidente que nos roubou passe ileso”, encerrou.
O ato também contou com o apoio de boa parte dos motoristas que passavam próximo ao local. Eles buzinavam em apoio à mobilização. Veja imagens do ato anti-Lula:
Por volta das 19h40, os manifestantes saíram do parque e seguiram em direção ao hotel onde acreditam que a cúpula do PT está hospedada, localizado a 500m do Moinhos de Vento. Na frente do prédio, ecoaram gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão.” O caminho até a hospedaria não teve escolta policial, e o grupo improvisou o bloqueio de algumas vias para passar. Por volta das 20h40, a demonstração se dispersou.
CarnaLula
Além do ato em Porto Alegre – cidade onde será sediado o julgamento dos recursos no processo que condenou o ex-presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão –, o Vem Pra Rua convocou manifestações em outras 42 cidades, nas cinco regiões do país. Todos atos foram marcados para as 18h desta terça (23).
Nesta quarta (24), dia de início da análise do processo pela Justiça federal em Porto Alegre, os contrários ao petista devem se reunir no mesmo horário, também no Parque Moinhos de Vento. Desta vez, irão participar do “CarnaLula”, evento organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL).