Com pedido de licença de Chico Rodrigues, STF não julgará mais afastamento
A decisão foi tomada após o ministro Luís Roberto Barroso derrubar a própria liminar que determinava o distanciamento por 90 dias do senador
atualizado
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, atendeu o pedido do ministro Luís Roberto Barroso para retirar da pauta do plenário o julgamento sobre o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR). O parlamentar foi flagrado, em operação da Polícia Federal, com dinheiro escondido nas nádegas.
Mais cedo, Barroso, que é relator do caso, suspendeu a própria liminar que determinava o afastamento de Rodrigues por 90 dias. A medida foi tomada após o parlamentar apresentar pedido de licença de 121 dias ao Senado federal.
O colegiado julgaria, nesta quarta-feira (20/10), se referendava ou não a decisão provisória de Barroso.
A licença foi uma solução costurada com diversos aliados no sentido de evitar a cassação do parlamentar. Mais cedo, a assessoria do senador havia confirmado a licença de 90 dias. E pontuou que o afastamento era “irrevogável, irretratável e sem recebimento de salário no período”.
A retificação do período teria sido acertada na reunião de líderes. A avaliação do grupo é que menos de quatro meses ainda traria desgastes para o Senado.
Rodrigues solicitou, nessa segunda-feira (19/10), o seu “desligamento imediato” do Conselho de Ética do Senado, que deverá julgá-lo por quebra de decoro parlamentar.
Na última semana, o Chico Rodrigues já havia deixado a a vice-liderança do governo na Casa e a comissão externa do Congresso Nacional que fiscaliza os gastos com o enfrentamento à Covid-19.
Rodrigues foi alvo da Operação Desvid-19, que investiga esquema de desvio de recursos por meio de emendas parlamentares e fraude em licitação ligada à Secretaria de Saúde de Roraima, no âmbito do combate à Covid-19.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, os agentes da Polícia Federal (PF) encontraram cerca de R$ 30 mil escondidos nas nádegas de Chico Rodrigues.
Para a PF, Rodrigues faz parte do núcleo político da organização criminosa, que conta com a participação de uma empresa, além de funcionários e do então secretário de Saúde do estado.
No documento, os agentes da Polícia Federal descrevem que, além da quantia de dinheiro, “foram encontradas uma arma de fogo e munição de calibres diversos, sem registro, no armário do senador”.
Em resposta, a defesa do parlamentar informou que “o dinheiro tem origem particular comprovada e se destinava ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador”.