CNMP pune com “censura” promotor que chamou Gilmar Mendes de “laxante”
Servidor do MP de Goiás acusou ministro do Supremo de “soltar todo mundo, sobretudo os criminosos de colarinho branco”
atualizado
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O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou pena de censura ao promotor de Goiás Fernando Krebs por dizer, em entrevista concedida em junho de 2018, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mandes seria o “maior laxante do Brasil” por “soltar todo mundo, sobretudo os criminosos de colarinho branco”.
Todos os dez conselheiros presentes no julgamento consideraram que a fala do promotor, que atuou em investigações contra o ex-governador goiano Marconi Perillo (PSDB) e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, ultrapassou os limites aceitáveis e mereceu punição. A votação se deu para escolher o grau de punição. Foram 9 votos pela punição de “censura” e 4 votos por “advertência”.
Numa escala de gravidade, advertência é a punição mais branda, seguida de censura. Se a punição fosse mais rígida, poderia ser suspensão ou até demissão. A “censura” fica registrada na ficha funcional do promotor e pode influenciar em promoções na carreira ou influenciar futuros julgamentos pelo CNMP.
Na entrevista pela qual foi punido, Krebs disse também que Mendes “cria a sua própria lei. Aliás, eu não sei como o Gilmar é ministro do Supremo. Será que não tem ninguém com peito no Brasil para investigar um ministro do Supremo?”. Ele questionou ainda a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, uma das conselheiras no CNMP (e que votou pela punição): “Será por que é amiga dele (de Gilmar Mendes)? E daí não pede o impedimento dele?”, questionou.