Chefe de gabinete do Ministério do Trabalho pede exoneração
Ele foi solto, pois, o STF não transformou a prisão temporária do ex-vereador em preventiva no processo que investiga registros sindicais
atualizado
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Investigado pela Operação Registro Espúrio, Júlio de Souza Bernardo pediu exoneração do cargo de chefe de gabinete do Ministério do Trabalho, cargo que ocupava na semana passada, quando foi preso pela Polícia Federal. Ele ocupou a chefia durante a gestão do ex-ministro do Trabalho Helton Yomura, que pediu exoneração do cargo após a deflagração da operação.
Nesta terça-feira (10/7), após ser solto e já em seu apartamento em Brasília, Bernardo gravou um vídeo, divulgado nas redes sociais, onde comunicou o ato.
Ele é conhecido como “Canelinha” e é ex-vereador em Paraíba do Sul (RJ) pelo PTB, partido da deputada federal Cristiane Brasil (RJ), que o indiciou ao cargo no Ministério do Trabalho. Após sair da cadeia, Canelinha gravou um vídeo no qual afirma que não cometeu qualquer irregularidade.
Em depoimento à Polícia Federal, na semana passada, o ex-vereador admitiu que recebeu pedidos de informações do ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, sobre o andamento de registros sindicais. Canelinha, no entanto, não disse que houve irregularidade ou ilegalidade em relação a pedidos de Marun e em relação a outros pedidos recebidos. Também na semana passada, Marun repudiou as suspeitas da PF e disse que está “sendo enxovalhado por causa de uma safadeza”.
No vídeo que gravou após deixar a Polícia Federal, Canelinha disse que nunca foi ligado a sindicatos e que não conhece legislação específica e a parte técnica sobre registros sindicais.
“Tão somente eu demandava algumas ações do Ministério (do Trabalho) para os demais órgãos, para as demais secretarias. Não só com a Secretaria de Relações do Trabalho, mas com outras secretarias e setores em geral. Nós demandávamos documentações no procedimento normal e republicano sem nenhum tipo de pedido para que uma coisa fosse modificada em ordem cronológica. Ainda que fosse feito esse pedido, eu não estaria cometendo o crime; estaria cometendo um ato administrativo. Mas, mesmo assim, nem isso eu fiz”, disse.
“Tenho aqui alguns documentos que ainda se tornam sigilosos por a investigação ainda estar acontecendo, mas findada a operação farei questão de apresentar o relatório, apresentar os meus depoimentos e as partes que me tornaram alvo investigado”, disse Canelinha.
Procurado, o advogado do investigado não informou que documentos são os citados pelo cliente. Disse também que ainda não foi concedido acesso aos autos pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, responsável atual pelo plantão durante o recesso do tribunal. (Com informações das agências Estado e Brasil)