Celso de Mello vai assistir ao vídeo de reunião com Bolsonaro na segunda
O ministro do STF afirmou que só pode tomar uma decisão sobre a divulgação ou não da íntegra depois que analisar a gravação
atualizado
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O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), comunicou, nesta sexta-feira (15/05), que, antes de tomar uma decisão, precisa assistir à íntegra do vídeo da reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo a assessoria, o magistrado vai assistir as gravações na segunda-feira (18/05).
“Sem o conhecimento do conteúdo do vídeo, o ministro não terá condições de avaliar os argumentos apresentados pelo advogado-geral da União, pelo procurador-geral da República e pelos advogados do ex-ministro Sergio Moro”, afirmou a assessoria.
Após receber as gravações, nas quais – sustenta Moro – Bolsonaro pede interferência na Polícia Federal, o ministro deu prazo de 48h para que Moro, a AGU e a PGR se manifestassem sobre a possibilidade de divulgação integral do conteúdo. Os dois órgãos defenderam apenas a disponibilização de trechos em que Bolsonaro fala sobre a PF.
Contradizendo o presidente da República, porém, na peça enviada ao Supremo, a AGU diz que Bolsonaro mencionou a Polícia Federal e a família dele. Ele teria dito: “Eu não vou esperar f* minha família toda de sacanagem”. O militar da reserva alegou à imprensa que não havia citado nenhum desses termos.
Ainda de acordo com a AGU, o chefe do Executivo afirmou que iria interferir na PF, criticando a falta de transparência da corporação.“O serviço de informação nosso é uma vergonha. Eu não sou informado e não dá para trabalhar assim. Fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade”, teria dito Bolsonaro.
Ao se manifestar em favor da divulgação, Moro disse que “a reivindicação pela publicidade total da gravação trará à luz inquietantes declarações de tom autoritário inviáveis de permanecerem nas sombras”. O vídeo é tido como uma prova em relação às acusações que o ex-juiz da Lava Jato fez contra Bolsonaro.