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Caso da tornozeleira de Rocha Loures pode ir para a Justiça Federal

Juiz de Goiás cogita federalizar o caso, que tomou proporções de escândalo no estado e derrubou superintendente ligado à pasta de Segurança

atualizado

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rocha loures cadeia
1 de 1 rocha loures cadeia - Foto: PCGO/Divulgação

O juiz Reinaldo Alves Ferreira, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Goiás, pediu mais explicações para o Ministério Público do estado (MPGO) sobre a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Segundo o magistrado, a promotoria precisa explicar quem é o atual responsável pelo equipamento. A dúvida de Ferreira é se o aparelho está sob tutela das autoridades estaduais ou da Polícia Federal.

Na opinião do promotor Fernando Krebs, que atua no processo, o juiz está “arrumando desculpa para federalizar o caso, que tomou proporções astronômicas”. “A minha interpretação é de que ele sabe que a tornozeleira precisa ser devolvida ao estado de Goiás. Mas ele decidiu lavar as mãos e se declarar incompetente para julgar a questão. A tornozeleira é goiana, o serviço de monitoramento é de Goiás. Não tem porque a Justiça Federal entrar nisso”, criticou.

Ainda de acordo com o promotor, o MPGO confirmará ao Tribunal de Justiça, nesta sexta-feira [28], que o aparato é do estado. “A União não tem tornozeleira nem sistema de monitoramento. Não há nenhum convênio entre Goiás e o Distrito Federal para fornecer o equipamento”, disse Krebs. A expectativa é de que a decisão judicial seja tomada ainda nesta sexta.

Polêmica
O caso ganhou proporções de escândalo em Goiás, uma vez que, conforme o Metrópoles revelou no início deste mês, Rocha Loures passou à frente de outros 100 presos para conseguir o benefício. Com o sistema de monitoramento, ele pôde deixar o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, para ficar detido em regime domiciliar.

O episódio custou o cargo de Victor Dragalzew Júnior, superintendente-executivo de Administração Penitenciária da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária. Ele foi exonerado na última sexta (21). A publicação do ato, assinado pelo governador Marconi Perillo (PSDB), consta em edição extra do Diário Oficial do DF divulgada no dia 24.

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O ex-deputado furou fila ao conseguir uma tornozeleira eletrônica
Loures é um político muito próximo a Michel Temer
O presidente seria o destinatário da propina que Loures levava em uma mala
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Rocha Loures foi preso no fim de junho

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O ex-deputado furou fila ao conseguir uma tornozeleira eletrônica

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Loures é um político muito próximo a Michel Temer

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O presidente seria o destinatário da propina que Loures levava em uma mala

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STF
Rodrigo Rocha Loures ficou preso em Brasília entre 3 de junho e 1º de julho. No dia 30 de junho, ele conseguiu o direito à prisão domiciliar. A decisão foi do relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin. No entanto, o benefício estava condicionado ao uso da tornozeleira eletrônica.

Como o DF não tinha o equipamento, o aparelho foi cedido pelo estado de Goiás. Acionada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública goiana negou que Rocha Loures tenha furado fila e disse que a concessão de tornozeleiras foi regularizada em 14 de junho.

Porém, documentos obtidos com exclusividade pelo portal mostram que, desde que Loures deixou a Papuda, ao menos outros três detentos de Goiás foram impedidos de migrar para a prisão domiciliar no estado por falta do aparelho eletrônico.

Rodrigo Rocha Loures foi preso após gravações feita pela Polícia Federal apontarem que ele recebeu uma mala com R$ 500 mil, suposta propina paga pelo frigorífico JBS e que teria como destinatário final o presidente Michel Temer (PMDB).

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