Cármen Lúcia fala sobre auxílio-moradia com associações de magistrados
Tema, que seria julgado na Corte Suprema, está sendo tratado na Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal, da AGU
atualizado
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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, discutiu, na manhã desta sexta-feira (4/5) sobre o auxílio-moradia de juízes e membros do Ministério Público com representantes de associações de magistrados. O assunto, que seria julgado na Corte Suprema, está sendo tratado na Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal, da Advocacia-Geral da União (AGU).
A ministra disse durante a audiência que aguarda a conclusão da negociação até junho deste ano para elaborar a proposta orçamentária do Poder Judiciário a ser enviada ao Congresso Nacional, informa a assessoria do STF. “Ou sairá uma proposta objetiva sobre o assunto ou teremos que ter outro caminho. Espero que aconteça a conciliação”, afirmou Cármen.
A presidente do STF ainda pediu aos representantes das associações que solicitem aos juízes dos estados resposta ao perfil dos magistrados brasileiros, elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O documento deve ajudar na elaboração do orçamento do Judiciário.“Quero anunciar o perfil no dia 11 de agosto e um número significativo de juízes ainda não respondeu. O perfil do magistrado brasileiro mudou muito e precisamos dos dados para traçar as políticas do Poder Judiciário e ajudar na elaboração do orçamento”, disse a ministra, que também é presidente do CNJ.
Conciliação
A Câmara de Conciliação sobre o auxílio-moradia registrou a quarta reunião nessa semana. O órgão foi instaurado pela AGU em abril, após decisão do ministro Luiz Fux, do STF, que atendeu pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e retirou da pauta do plenário da Corte, na véspera do julgamento, as ações que tratam do benefício.
Na quarta-feira (2) a reunião da Câmara contou com representantes da União e das procuradorias-gerais de nove estados. Na semana passada, foram ouvidas as associações de magistrados e de procuradores. As tratativas ocorrem em sigilo.
A AMB e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) já se pronunciaram favoravelmente à instituição do adicional por tempo de serviço aos juízes. As duas entidades também defendem não haver distinção entre os pagamentos a magistrados federais e estaduais.
Segundo o presidente da AMB, Jayme de Oliveira, a recuperação do adicional por tempo de serviço é um ponto “importante”, mas o primeiro item da negociação é a regulamentação do auxílio-moradia – se vai ser possível ou não a concessão do benefício, disse Jayme. Ele reconhece haver hoje um grau de rejeição ao benefício, estipulado em R$ 4,3 mil.
No orçamento geral da União, o valor anual do auxílio-moradia, considerando os Três Poderes, é de aproximadamente R$ 1 bilhão, segundo a ONG Contas Abertas – e aí não se incluem os gastos que os estados têm com seus juízes.