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Cármen Lúcia dá 48 horas para Mendonça apresentar explicações sobre dossiê

Por considerar uma denúncia que cria insegurança “para os diretamente interessados”, ministra estabelece que ação terá caráter de urgência

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Cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na Presidência do STF – Brasília – DF 12/09/2016
1 de 1 Cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na Presidência do STF – Brasília – DF 12/09/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 48 horas para o Ministério da Justiça e Segurança Pública prestar informações sobre o “dossiê antifascista”, relatório sigiloso com  informações de cerca de 600 servidores públicos ligados a movimentos antifascistas.

A ação, da qual a magistrada é relatora, foi protocolada pela Rede Sustentabilidade e pede pela “imediata suspensão da produção e disseminação de conhecimentos e informações de inteligência estatal produzidos sobre integrantes do ‘movimento antifascismo’ e professores universitários”.

Na decisão, a ministra diz que, caso a acusação seja verdadeira, ficará “escancarado” um “comportamento incompatível com os mais basilares princípios democráticos do Estado de Direito e que põe em risco a rigorosa e intransponível observância dos preceitos fundamentais da Constituição”. Por considerar uma denúncia que cria insegurança “para os diretamente interessados e indiretamente para toda a sociedade brasileira”, a ministra determinou que a ação seguirá em caráter de urgência.

A Rede também pede a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar supostos crimes por parte do ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, “que teria autorizado a elaboração do dossiê”. Além dos nomes dos antifascistas, o documento conta com fotos e imagens das redes sociais dos monitorados. O relatório foi feito pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), ligada à pasta.

Em nota, o Ministério da Justiça e a Seopi não negaram a elaboração do dossiê, mas explicaram que é rotina da secretaria analisar dados para a produção de conteúdo de inteligência e compartilhar informações com os demais órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência. Segundo o ministério, a Seopi “atua na prevenção de ilícitos e na preservação da segurança das pessoas e do patrimônio público”.

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Ministra Cármen Lúcia, do STF
Ministra diz que, caso a acusação seja verdadeira, ficará "escancarado" um "comportamento incompatível com os mais basilares princípios democráticos do Estado de Direito"
Advogado-Geral da União (AGU) e ex-ministro da Justiça, André Mendonça
André Mendonça
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, montou um grupo de trabalho para criar um Plano Nacional de Inteligência de Segurança Pública
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Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia

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Ministra diz que, caso a acusação seja verdadeira, ficará "escancarado" um "comportamento incompatível com os mais basilares princípios democráticos do Estado de Direito"

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Advogado-Geral da União (AGU) e ex-ministro da Justiça, André Mendonça

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, montou um grupo de trabalho para criar um Plano Nacional de Inteligência de Segurança Pública

Andre Borges/Especial para o Metrópoles

Chefe demitido

No entanto, o dossiê custou a cabeça, do chefe da Diretoria de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), Gilson Libório Mendes, que teria sido o responsável pela elaboração do relatório. Coronel reformado que tem formação militar na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército, Libório Mendes foi demitido nessa segunda-feira (3/7) pelo minsitro Mendonça.

Confira a decisão da ministra Cármen Lúcia na íntegra:

Carmen Lucia dá 48h para MJ explicar dossiê by Natália Lázaro on Scribd

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