Buscas contra Sérgio Reis não têm assinatura de Aras, mas de subprocuradora
Sérgio Reis, Otoni de Paula e nove investigados foram alvos de mandados de busca e apreensão, nesta sexta-feira (20/8)
atualizado
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Os pedidos de busca e apreensão contra o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), o cantor sertanejo Sérgio Reis e outros nove investigados pela Polícia Federal (PF) foram assinados pela subprocuradora-geral da República Lindora Araújo – e não pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.
No total, foram cumpridos 13 mandados, na manhã desta sexta-feira (20/8), pela Polícia Federal (PF). As buscas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Em nota enviada ao Metrópoles, o Ministério Público Federal (MPF) explicou que a petição foi assinada pela subprocuradora-geral Lindora Araújo, “que como é sabido, atua desde 2020 em matéria penal no Supremo Tribunal Federal, por delegação do PGR [Procurador-Geral da República, Augusto Aras]”.
A colunista Julia Duailibi, do portal G1, apurou que Aras tem evitado entrar em assuntos polêmicos. Ele será sabatinado no próximo dia 24 de agosto pelo Senado, após ser reconduzido ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo a PF, a operação contra Sergio Reis, Otoni de Paula e os outros nove investigados apura “eventual cometimento do crime de incitar a população, por meio das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.
Sérgio Reis é investigado após, no sábado (14/8), anunciar pelas redes sociais que organiza uma manifestação, com o movimento dos caminhoneiros e agricultores, em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A sede do protesto, segundo o artista, será Brasília.
Na postagem, Sérgio Reis fez ameaças à democracia e afirmou que a ideia do movimento é pedir uma ação dos militares junto ao presidente, para “salvar o país”, de acordo com o cantor.
Moraes também restringiu que os investigados, com exceção do deputado Otoni de Paula, se aproximem da Praça dos Três Poderes, dos ministros da Suprema Corte e dos senadores da República. Eles deverão manter, no mínimo, distância de um quilômetro.
O objetivo, segundo o magistrado do Supremo Tribunal Federal, é “evitar a prática de infrações penais e preservação da integridade física e psicológica dos ministros, senadores, servidores ali lotados, bem como do público em geral que diariamente frequenta e transita nas imediações”.
Além de Sérgio Reis e Otoni de Paula, são alvos da ação o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão; Eduardo Oliveira Araújo; Wellington Macedo de Souza; Antônio Galvan; Alexandre Urbano Raitz Petersen; Turíbio Torres; Juliano da Silva Martins e; Bruno Henrique Semczeszm.