Operação Bullish: PF indicia Joesley, Mantega, Palocci e Coutinho
De acordo com relatório da PF, Mantega agiria como “verdadeiro lobista” de Joesley Batista junto ao BNDES. Ao todo, há sete indiciados
atualizado
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A Polícia Federal encerrou nesta quinta-feira (23/8) o inquérito sobre a Operação Bullish, deflagrada em maio de 2017 pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal para apurar denúncia de favorecimento à empresa JBS pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). A corporação indiciou sete pessoas. A informação é da GloboNews, que teve acesso ao relatório final da PF.
Entre os indiciados, estão: o empresário Joesley Batista, da JBS; os ex-ministros da Fazenda das gestões petistas Guido Mantega e Antonio Palocci; além do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho; Caio Marcelo de Medeiros, ex-superintendente do fundo BNDESPar e supostamente responsável pelos bilionários aportes da instituição na JBS; Victor Sandri, considerado operador de Mantega; e o advogado Gonçalo Ivens Ferraz da Cunha de Sá.
Caberá à Justiça definir se acatará a denúncia, transformando os agora suspeitos em réus.
De acordo com a reportagem, o relatório da PF aponta que Mantega agiria como “verdadeiro lobista” de Joesley Batista junto ao governo federal e agente duplo dentro do BNDES, atuando em benefício do grupo empresarial.
Em uma dessas ocasiões, segundo a investigação, o político teria recebido propina de Joesley para autorizar o BNDES a liberar verba a ser usada para a compra de uma empresa na Argentina pela holding J&F, controladora da JBS. O valor do pagamento ilícito, contudo, não foi divulgado.
No entanto, a GloboNews revelou que o ex-ministro Antonio Palocci teria recebido R$ 2,5 milhões do empresário, por meio de sua consultoria Projeto, para defender os interesses da companhia junto a autoridades públicas.
Em nota, a defesa de Joesley Batista afirmou que a investigação contou com a colaboração do próprio acusado, destacando que mais de dez horas de depoimentos foram prestadas pelo empresário à PF e todas as provas requisitadas foram apresentadas, “cumprindo integralmente sua parte no acordo de colaboração”.
“Além do conteúdo trazido no acordo firmado com o Ministério Público, o colaborador apresentou neste inquérito detalhes de todos os fatos ilícitos dos quais tinha conhecimento”, afirmou a defesa em nota. “Espera-se que, passada a fase policial, o Ministério Público igualmente cumpra com as obrigações assumidas”, completou.
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