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Bolsonaro não entrega provas e usa “tática Jabulani”, diz especialista

O coordenador acadêmico da Abradep, Renato Ribeiro Almeida, afirmou que o presidente culpa as urnas “por ter certeza que vai perder eleição”

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presidente jair bolsonaro está internado em são paulo
1 de 1 presidente jair bolsonaro está internado em são paulo - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometer entregar provas concretas de fraude nas eleições, durante live nesta quinta-feira (29/7), e não cumprir a promessa, o advogado Renato Ribeiro Almeida, professor de direito eleitoral e coordenador acadêmico da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), disse ao Metrópoles que o chefe do Executivo federal usou uma tática que chama de “estratégia Jabulani”.

Entenda: segundo Almeida, Bolsonaro não apresentou as provas e “frustrou todas as expectativas daqueles que dedicaram sua atenção ao ouvi-lo”, usando uma estratégia semelhante à que foi usada na Copa do Mundo de 2010, quando os jogadores não tiveram sucesso nos jogos e culparam a bola da Federação Internacional de Futebol (Fifa) – a Jabulani – pela derrota.

“Bolsonaro usa a mesma estratégia. Culpa a urna eletrônica por já ter certeza que vai perder as eleições. Como não é do seu feitio admitir o próprio fracasso, fará como maus perdedores fazem: colocam a culpa em algo ou alguém”, diz o especialista.

De acordo com o advogado, ao convocar a população, o presidente quer “criar um clima de desconfiança, que tende a desacreditar as eleições e a servir, no limite, de justificativa para um golpe, uma ruptura democrática”.

“Diante da iminente derrota nas eleições vindouras, o que fará de Bolsonaro o único presidente democraticamente eleito após a redemocratização a não conseguir a própria reeleição, ele resolveu depositar todo seu arsenal contra a urna eletrônica”, completa Almeida.

Pleitos fraudados

Bolsonaro vem alegando fraudes nas eleições desde março de 2020, quando prometeu mostrar provas de que teria vencido as eleições de 2018 no primeiro turno – o que não fez até agora. Segundo o presidente, os pleitos de 2014 e de 2018 – no qual ele saiu vitorioso – foram fraudados.

Com base nisso, tem defendido fortemente que seja aprovada a adoção do voto impresso para as urnas eletrônicas com o objetivo de, segundo ele, garantir que as eleições de 2022 não sejam fraudadas.

Devido aos inúmeros comentários e ataques do chefe do Executivo federal, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu prazo para Bolsonaro apresentar as supostas provas. Ele, no entanto, preferiu antecipar o conteúdo em live, nesta quinta. Ele tem até a segunda-feira (2/8) para enviar o conteúdo completo ao órgão.

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