Por ordem de Moro, Banco Central bloqueia R$ 3,4 milhões de Bendine
Além disso, a defesa do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras entregou ao juiz supostas provas de que o cliente voltaria de Lisboa
atualizado
Compartilhar notícia
O Banco Central, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, bloqueou R$ 3,4 milhões do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. O confisco foi informado ao magistrado nesta segunda-feira (31/7).
Bendine foi preso na quinta-feira (27), na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato. Ele é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propina da Odebrecht. Nesta segunda, Bendine será ouvido pela Polícia Federal.
Moro decretou o bloqueio de R$ 3 milhões de Bendine, de outros dois investigados na Cobra, os publicitários André Gustavo e Antônio Carlos Vieira Junior e da empresa de ambos, a MP Marketing e Planejamento Institucional e Sistema de Informação LTDA. O confisco superou em R$ 417 mil o valor determinado pelo magistrado.
No Banco do Brasil foram confiscados exatamente R$ 3 milhões de uma conta de Bendine. Em outra conta, no Bradesco, foram bloqueados 417.253,09. Na Caixa Econômica Federal foram encontrados R$ 17,46.A MP Marketing teve R$ 36,41 confiscados. O BC bloqueou R$ 18,3 mil de Antonio Carlos Vieira Junior — R$ 17,4 mil de uma conta no Banco do Brasil e R$ 919 de outra no Safra.
André Gustavo Vieira Junior teve R$ 637,2 mil confiscados — R$ 631,2 mil de uma conta no Banco Original e R$ 6 de outra no Banco BRB.
Provas
Os advogados de Bendine entregaram, nesta segunda, a Moro, comprovantes de que pretendia retornar ao Brasil em 19 de agosto de uma viagem de férias com a família à Europa.
Os investigadores haviam descobrido que ele estava com viagem marcada para a sexta-feira (28), com destino a Lisboa, em Portugal. Esse detalhe levou a Procuradoria da República a suspeitar que Bendine pretendia fugir do Brasil. No mesmo dia em que ele foi preso, seus advogados pediram ao juiz reconsideração da ordem de prisão temporária e exibiram cópia da passagem aérea de volta ao Brasil.
Para reforçar o argumento de que Bendine não tinha intenção de escapar, os criminalistas Pierpaolo Bottini e Cláudia Vara San Juan de Araujo, que representam o ex-presidente da Petrobras, juntaram aos autos da Operação Cobra as reservas em hoteis de quatro países, Portugal, Hungria, Áustria e República Tcheca.
“Note-se que há reservas para todo o período compreendido entre os dias 29 de julho a 18 de agosto, sendo que em 19 subsequente, pela manhã, retornaria ao Brasil via Portugal, conforme já devidamente comprovado, o que evidencia que o motivo da saída – temporária – de Aldemir Bendine do país era uma viagem de férias com a família, previamente organizada”, sustentam os advogados.“Dessa forma, incabíveis quaisquer conjecturas acerca de uma possível fuga, a despeito da existência de passagem de retorno.”